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Transporte Sentimental



Sexta-feira, 26.09.14

«vida e obra de fernando pessoa » de joão gaspar simões

«Vida e obra de Fernando Pessoa» de João Gaspar Simões Este volume é a sétima edição do já clássico livro de João Gaspar Simões (1903-1987) estudando a obra e a vida de Fernando Pessoa (1888-1935) que sobre o assunto escreveu: «a minha vida gira em torno da minha obra literária – boa ou má, que seja, ou possa ser». A tarefa do autor não é fácil: escrever em 1949, 14 anos apenas depois da sua morte, «o drama de uma existência em cujos bastidores, ocultamente, durante quarenta e sete anos, se foi estruturando a obra que havia de ser o laço imortal que prenderia à Terra esse ser cuja Pátria não era, em verdade, deste mundo». Para tal recorreu ao testemunho de amigos, parentes, conhecidos, familiares, patrões, camaradas e criados de café. O livro chegou a chamar-se «Explicação de Fernando Pessoa» e refere que o poeta da Ode Marítima nasceu entre «uma das nossas igrejas mais tipicamente lisboetas e o nosso primeiro teatro lírico». Anos depois esse lugar surge numa quadra: «Ó sino da minha aldeia / Dolente na tarde calma / Cada tua badalada / Soa dentro da minha alma». Vencedor em Durban do Queen Victoria Memorial Prize no valor de 7 libras para o melhor ensaio em inglês, o jovem aluno escolhe livros de John Keats, Alfred Tennyson, Ben Johnson e Edgar Allan Poe. Vamos encontrá-lo em 1915 numa divisória sem janela da Leitaria Alentejana do senhor Sengo na Rua Almirante Barroso nº 12. Trabalhava então como correspondente na casa A. Xavier Pinto & Cia ao Campo das Cebolas nº 43 para onde seguia a sua correspondência: Cortes Rodrigues, Mário de Sá-Carneiro e Revista A Águia. Em 23-6-1915 escreve a Cortes Rodrigues um bilhete: «É uma circunstância violenta e aflitiva. V. pode emprestar-me cinco mil réis até ao dia 1 do mês que vem(1 de Julho)?» A sua experiência como jornalista em O Jornal(Crónica da vida que passa) termina abruptamente por causa de um artigo onde se refere aos chauffeurs de Lisboa. A obra de Fernando Pessoa afinal só começou a viver quando o autor morreu no Hospital Francês, em pleno coração do Bairro Alto. São 671 páginas para perceber com Gaspar Simões o «drama em gente» de Fernando Pessoa. (Editora: Bonecos Rebeldes, Capa: Adolfo Rodriguez Castañé) --

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por José do Carmo Francisco às 14:37


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