Saltar para:
Post [1]
,
Pesquisa e Arquivos [2]
Transporte Sentimental
navegação
« post anterior
início
post seguinte »
Sábado, 04.04.15
«não mintas às pedras» de fernando grade
Cinquenta anos depois do primeiro livro («Sangria» - 1962), Fernando Grade (n.1943) surge com este volume de 64 páginas no qual junta poemas da série «As escrivãs do Diabo». São 50 anos de viagens em duplo registo (paisagem e povoamento) que o poeta já pressente nas perguntas da página 7 («Pedras ou chita? Lábios roubados ou tafetá?») e na conclusão da página 20: «As viagens são a parte mais secreta e obscura da minha vida». Aqui todas as viagens têm um mapa («Não há nenhum mapa de que não tenha o peso dos murmúrios») e no fim uma moral: «O que fica da paisagem é uma chávena inglesa, um beijo que cresce da boca até às raízes da vertigem». As balizas são as datas («As datas são pregos rangentes») e a bússola uma religião redonda: «Quatro maçãs: a minha religião» porque para o poeta «O meu Deus é o limão». A viagem começa no passado do poeta («foi numa noite de Verão com vento / que apareceu morto Billy the Kid / apunhalado na minha caixa de brinquedos») e vai para o futuro: «Sei da vida o suficiente para não querer morrer calçado». Passa pela cidade da morte («Os meus telefonemas estão (finalmente) preparados para serem roídos pelo tempo») mas também a cidade da festa: «O sítio dos tristes mudou de sítio / fazem o mesmo horário de sempre e estão aqui a roer as horas. / Esperam que a mosca de metal venha e poise (castiça) na última máscara». Entre morte e vida, o sonho do poeta pode ser morrer a dançar como Carlos Queirós em Paris: «Gostaria de morrer apunhalado num baile». O poeta viajou muito com o poema, esteve em África («barrento – o bafo dos guerreiros») mas é da terra, desta terra: «Sinto-me e sou da terra; sei melhor do que ninguém para que floresta trabalho». 50 anos depois, a mesma força de sempre, a poesia continua: «A azeitona desloca-se para cima / torna-se luz, candelabro de noivos desnudos. / O azeite esmagado por lábios de medusa. / Circo de muitas pedras romanas». (Editora: Mic – Apartado 4 – 2766-601 Estoril Codex) --
Autoria e outros dados (tags, etc)
por
José do Carmo Francisco
às 10:20
link do post
comentar
favorito
navegação
« post anterior
início
post seguinte »
Mais sobre mim
ver perfil
seguir perfil
13
seguidores
Pesquisar
Pesquisar no Blog
pesquisar
calendário
Abril 2015
D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
« Mar
Mai »
Posts mais comentados
lisboa «cool» - jornalist...
(9)
cristiano ronaldo vingou ...
(7)
J.H.Santos Barros e Ivone...
(6)
o gonçalo, chefe de redac...
(6)
à maneira de fernando alv...
(5)
Arquivo
2017
Fevereiro
Janeiro
2016
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2015
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2014
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2013
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2012
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho