Segunda-feira, 08.09.14
A partir dos 50 anos da Escola Industrial e Comercial do Montijo (hoje Escola Jorge Peixinho) o autor revisita a história da educação no concelho e, como indica o subtítulo do livro, a época abrangida vai de 1772 a 2008. São quatro os segmentos temporais do trabalho: 1772-1910 (do Marquês de Pombal à Monarquia), 1910-1926 (República), 1926-1974 (Ditadura Militar e Estado Novo) e 1974-2008 (do 25 de Abril a 2008). Em 1772 as primeiras escolas públicas criadas pelo Marquês de Pombal nesta zona (Aldeia Galega, Canha e Alcochete) eram pagas pelo Subsídio Literário – 1 real por cada canada de vinho. As dificuldades são óbvias neste período: em 1909 uma acta da vereação do município refere que «a instrução oficial é deficientíssima e a percentagem de analfabetos é pavorosa e formidável». Com a República, numa terra já com dez mil habitantes, surgem algumas alterações e no final do ano lectivo de 1910 -1911 os exames do 2º grau já puderam ser realizados na sede do concelho. Em 1926 uma das primeiras medidas do Governo é extinguir as escolas primárias superiores passando a escolaridade obrigatória para três classes. O «Livro único» dizia: «Na família o chefe é o Pai, na escola o chefe é o Mestre; no Estado o chefe é o governo». Apoiado pelos presidentes dos municípios de Alcochete e da Moita, José da Silva Leite pede ao ministro da Educação Nacional a criação da Escola Comercial e Industrial do Montijo que nasce em 1957. De 6 professores, 3 administrativos e 4 auxiliares no início, tem hoje 168 professores, 2 psicólogas, 14 administrativos e 39 auxiliares. De 106 alunos em 1957 passou para 1633 em 2008. Fecho este livro indispensável ao conhecimento da história do Montijo com uma nota comovida: a minha escola de 1957 a 1960 está na página 255 deste livro. (Edição: Câmara Municipal do Montijo, Capa: Eduardo Martins, Prefácio: Luís Graça, Nota: Maria Amélia Antunes, Comentário: António Castel-Branco) --
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por José do Carmo Francisco às 17:17