Saltar para:
Post [1]
,
Pesquisa e Arquivos [2]
Transporte Sentimental
navegação
« post anterior
início
post seguinte »
Domingo, 19.04.15
«cancioneiro do ribatejo» organização/prefácio de alves redol
Com o subtítulo de «A vida do Povo cantada pelo Povo», o ponto de partida deste livro é uma frase de Almeida Garrett: «Quem não tem olhado senão à superfície da nossa literatura, não crê que ao pé, por baixo, andava outra literatura que era a verdadeira nacional, a popular, a vencida, a tiranizada por invasores gregos e romanos». Editada em 1950, esta recolha demorou 14 anos e contou com a colaboração de: Henrique Lamas, Álvaro do Amaral Neto, Bona da Silva, Teresa Redol, Delmira Redol, João Galão, Faustino Bretes, Francisco Alves Moreira, Luís Duarte, Manuel Cartaxo, Diogo Roque, Rodrigues Regalão e Estevão Pio Nunes. Depois do trabalho sobre «Glória –uma aldeia do Ribatejo» não admira que Alves Redol tenha ficado enfeitiçado pela quadra popular. Rodney Gallop definiu essa quadra como um misto de «sinceridade, nitidez, concisão, espontaneidade e humanidade comunicativa». A poesia ao longo dos séculos nunca recuou em chamar as coisas pelos seus nomes, algo entre a canção e a oração. Muitas vezes o analfabeto tem consciência de que cantar é o melhor remédio contra o esquecimento; se cantar o poema já não se perde. A oração é a outra metade do poema, a ligação ao mundo que está por cima, a comunicação com o desconhecido, com a outra diferente realidade. Ou seja; tanto pode ser a saudade do amor («Se fores ao Alentejo / ao monte onde eu mondei / a filha do lavrador / que case que eu já casei») como a poderosa lucidez de quem sabe o seu lugar no Mundo: «Quem é pobre sempre é pobre / quem é pobre nada tem / quem é rico sempre é nobre / e às vezes não é ninguém». Apenas mais duas quadras mostrando como exemplo as duas geografias: a da paisagem e a da alma. No primeiro caso as cheias do Tejo: «Temos nova invernia / temos o povo assustado / se o tempo não alivia / temos o campo alagado». No segundo a geografia da paixão: «Os teus olhos são escuros / como a noite mais cerrada / mas apesar de tão negros / sem eles não vejo nada». Nas 200 páginas do livro e nas centenas de quadras está toda a alma do Povo – ofícios e profissões, vida e morte, pobreza e sabedoria, queixumes e vaidades, festas e cantigas. (Editora: O MIRANTE, edição comemorativa dos 100 anos do nascimento de Alves Redol) --
Autoria e outros dados (tags, etc)
por
José do Carmo Francisco
às 10:24
link do post
comentar
favorito
navegação
« post anterior
início
post seguinte »
Mais sobre mim
ver perfil
seguir perfil
13
seguidores
Pesquisar
Pesquisar no Blog
pesquisar
calendário
Abril 2015
D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
« Mar
Mai »
Posts mais comentados
lisboa «cool» - jornalist...
(9)
cristiano ronaldo vingou ...
(7)
J.H.Santos Barros e Ivone...
(6)
o gonçalo, chefe de redac...
(6)
à maneira de fernando alv...
(5)
Arquivo
2017
Fevereiro
Janeiro
2016
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2015
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2014
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2013
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
2012
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho