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Sábado, 24.11.12
esta igreja de blackheath simboliza todas as igrejas
O verde quase infinito de Blackheath Park
O meu ponto de partida para esta memória magoada da minha filha Ana
(n.1978) é um retrato tamanho grande, à venda desde 2009 na The Blackheath
Bookshop on the Heath Ltd, uma das mais belas livrarias do Mundo. Até já
escrevi um pequeno artigo sobre a sua riqueza na Revista Ler com
fotografias da minha filha Ana. Ela começou por viver (com a bolsa Damião
de Góis) em Amsterdão e Roterdão mas a dificuldade da língua da Holanda e o
chamamento de um grupo de amigos em Londres, fez o resto. Foi para Londres
em 2003 e por lá tem ficado agora com o marido e os dois filhos. Pois lá
continua longe da Pátria e da Língua – o mesmo é dizer da Nação e do
Território. Continua a ser portuguesa mas está cada vez mais longe de
Portugal. No Verão passado veio renovar o passaporte mas a distância
permanece. Fico atónito a pensar na falta de lógica disto tudo. Nasci em
1951, comecei a trabalhar em 1966, nunca parei até hoje de descontar e de
pagar impostos (primeiro Profissional, depois Complementar, agora IRS) mas
depois de 1977 já é o casal, somos dois, a ter esse argumento. Pagámos e
pagamos ao Estado para nada. A Ana nasceu em 1978, os estudos foram pagos
com muito sacrifício, os escudos sempre contados até ao tostão. Ela tem
coisas bonitas desse tempo, aproveita tudo para reciclar. Um exemplo: as
bandeiras da festa do primeiro aniversário do Tomás foram feitas de papel
que era para deitar fora.
Esta igreja no centro do planalto de Blackheath simboliza todas as igrejas
e nem me interessa se é (ou não) anglicana. Já entrei ali em todas as
igrejas (tanto no Village como no Standard) e todas são boas para pedir
protecção para os meninos (Tomás e Lucas) e saúde para os pais (Ana e Ian).
Enquanto a oração sobe até ao maior altar dos templos, a raiva contra os
que têm guiado o meu País para a linha da catástrofe, essa desce até ao
mais escondido do meu coração e dirige-se até aos dedos da mão direita de
onde sai este grito por escrito e por extenso. Não perdoo aos que tudo
fizeram contra as minhas filhas e as obrigaram a partir: uma em 2003 e
outra em 2012. Lá em Blackheath aos domingos de manhã, a caminho do mercado
dos lavradores perto da estação dos comboios, eles ou alguém por eles,
rezam ou ouvem rezar, uma oração onde as lágrimas e as palavras se misturam
de modo exacto, límpido e eficaz.
José do Carmo Francisco
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José do Carmo Francisco
às 18:40
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