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Quarta-feira, 26.10.16
«todos os contos, novelas curtas e romances breves de camilo castelo branco»
Tudo no escritor Camilo Castelo Branco (1825-1890) é grandioso, admirável e insólito; tanto na vida (o sangue pisado) como na escrita (o estilo). Tendo nascido em Lisboa no ano de 1825, fica sem a mãe antes dos dois anos e sem o pai apenas com dez anos. Na viagem com destino ao Porto em 1837 (com a irmã e uma criada) uma feroz tempestade obriga-os a desembarcar em Vigo. Tragédias na vida, grandezas na obra – esta poderá ser uma possível legenda. Torna-se tarefa impossível resumir em 20 linhas um livro de 669 páginas que o organizador dedica a Alexandre Cabral, Romeu Correia, Xela Arias e Raúl Ruiz. Primeiro de quatro volumes, esta obra monumental mostra algumas facetas do «grande mestre» como lhe chamou Carlos de Oliveira em entrevista a «O Primeiro de Janeiro». Sobre a obra de Camilo Castelo Branco existem trabalhos de Teixeira de Pascoaes, Aquilino Ribeiro, José Régio, Vitorino Nemésio, Jacinto do Prado Coelho ou Alexandre Cabral, entre outros estudiosos. O humor camiliano está na página 67 deste livro na sua resposta a um poetastro tripeiro que lhe enviou um livro para apreciação: «Segundo as fábulas, houve tempo em que os animais falavam, agora escrevem…». Ou na página 96 no prólogo de «A Caveira» quando o mestre escreve: «Quem disser que em Trás-os-Montes não há romances é capaz de dizer que a Lua não tem habitantes e as alfândegas ratos. A província de Trás-os-Montes é um sertão desconhecido, um retalho de Portugal segregado da civilização; mas não deixa por isso de ter ruma crónica de tradições bárbaras, que virá arquivar-se em folhetins quando os caminhos de ferro, construídos pelos capitalistas da Ovelhinha, aproximarem o contacto das inteligências com as florestas virgens daquela região polar.» O único senão neste livro (mais que livro fica como acontecimento literário em 2016) é o chamado «acordo ortográfico» que dá origem na página 237 a uma estranha palavra (adota) em vez de adopta. Camilo, ele-mesmo, deve dar umas quantas voltas no jazigo, revoltado com a heresia. Mas isso já é outra história; Camilo resiste a tudo, até aos abortos da ortografia. (Editora: Círculo de Leitores, Revisão: Pedro Ernesto Ferreira) --
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José do Carmo Francisco
às 12:25
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