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Segunda-feira, 11.05.15
«melancómico» de nuno costa santos
A aproximação a este livro breve mas muito estimulante, pode ser feita a partir de três referências: José Palla e Carmo, Dinis Machado e Santos Fernando. Em José Palla e Carmo (1923-1995) que assinava José Sesinando o seu «Escrituralismo» no «JL» lembramos o lado mais lúdico do humor com o seu inesquecível «O Adágio de Albinoni, depois de muito tocado na rádio, tornou-se um adágio popular». Dinis Machado (1930-2008) escreveu que «mesmo num enterro procuro sempre o lado cómico daquilo». Santos Fernando (1927-1975) sintetizou tudo na expressão: «O humor é uma lágrima entre parêntesis». A escrita deste livro está dividida entre o cómico e o melancólico ou seja, entre a piada e a lucidez. O subtítulo (aforismos de pastelaria) tem a ver com a brevidade de cada texto, passível de ser elaborado no balcão da pastelaria, esperando o bolo de arroz ou o queque. Sendo o autor jornalista e escritor, não admira o número de graças sobre esta actividade. Vejamos: «O problema não era ser um ghost writer. O problema era ser um ghost writer de um fantasma» na página 15. Segue-se na página 68: «É um escritor tão moderno que manda os romances por SMS para a sua editora». A chamada «vida literária» está presente num aforismo («Para apresentar um novo livro só convidava pessoas que o tinham odiado») antecipando um outro que define muita coisa neste meio: «Há escritores que quando ainda estão a terminar um livro, já têm recensões sobre a obra em todos os jornais» O autor consegue fazer graça com o Estado - «Há sempre um que está mais apaixonado do que o outro. Sim, todas as relações amorosas são desequilibradas. Sobretudo as relações entre os cidadãos e o Estado». Mas também com a Vida - «Da maneira que isto está, para se conseguir inscrever a filharada em certas escolas é preciso fazê-lo com um século de antecedência». E com o Mundo - «Dois homens brigavam até à morte num descampado. Os cães, à volta, faziam apostas». Paulo Coelho não escapa: «Fiquei a saber que há livros do Paulo Coelho à venda nos correios. Parece-me bem. Depois do correio azul, o livro azul – o livro que é consumido em tempo recorde». Por fim a graça sobre os recibos verde que é a coisa mais sem esperança que existe: «Era tão intelectual, tão intelectual que até o seu livro de recibos verde era editado pela Assírio & Alvim».
(Editora: Guerra e Paz, Capa: Ilídio Vasco, Foto: João Pedro Gomes) --
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José do Carmo Francisco
às 16:56
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