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Segunda-feira, 04.05.15
«salazar, portugal e o holocausto» de irene flunser pimentel e claúdia ninhos
Salazar manteve no período da II Guerra Mundial um difícil equilíbrio entre a «autoridade necessária e a liberdade possível» fazendo com que os Portugueses se mantivessem «analfabetos, pobre e religiosos» enquanto para os estrangeiros Portugal «foi um país de trânsito e não um país de exílio». Explicando melhor as diferenças: «Um judeu alemão deixava de ser alemão por ser judeu enquanto um judeu português era sempre um português». Nesta breve nota de leitura são de referir apenas três aspectos. Primeiro – o papel do cônsul Aristides de Sousa Mendes que salvou milhares de pessoas: «Eu sou cristão e como tal acredito que não devo deixar esses refugiados sucumbir. Todos eles são seres humanos». A sua acção teve um castigo pois Salazar não lhe perdoou a desobediência: «Impossibilitado de trabalhar, ficou arruinado e teve de viver da caridade. Morreria em 1954, só sendo reabilitado em 1987» Em Marselha o cônsul José Augusto de Magalhães tinha ideias próximas às de Sousa Mendes: «entre as criaturas que nascem para fazer mal e outras que só sentem prazer em fazer bem, eu pertenço ao número dos últimos». Segundo – a Imprensa portuguesa em geral e a Imprensa Regional em particular. A «Gazeta das Caldas» de 1/8/40 refere que a cidade tem vindo a oferecer «ultimamente uma nota de vida cosmopolita, em virtude dos numerosos estrangeiros que nela vieram acolher-se, foragidos da tormenta que assola a maior parte da Europa». Também a Foz do Arelho surge no livro pelos piores motivos: «Em Novembro de 1943 foi censurada a notícia da queda de um bimotor inglês na Foz do Arelho». A censura do Estado Novo funcionava por eliminação de «todas as notícias que não interessavam à nação, ou melhor, que a censura achava que não interessavam á nação e que não deviam chegar ao seu conhecimento de forma a não alarmar a população». Terceiro – a participação directa de portugueses no Holocausto. Inácio Augusto Anta, formado na Escola do Exército, saiu de Portugal em 1936 com destino a Paris mas parou em Barcelona onde casou com um senhora ligada ao governo catalão tendo perdido o único filho em fuga nos Pirenéus. A mulher foi enviada para Ravensbrük e Anta foi morto em Sachsenhausen numa câmara de gás. Mais feliz foi a história de José Agostinho das Neves: «Nascido em Lisboa, tinha cedo ido viver para França onde tomava conta de uma agência livreira. Denunciado por ser anti-nazi em 1940, esteve preso em Dachau até ser libertado pelos americanos». Ficam três notas sobre um livro extenso (e intenso) de 928 páginas, dividido em duas partes: Portugal e a Alemanha na véspera da II Guerra Mundial e Portugal, a II Guerra Mundial e o Holocausto. (Editora: Temas e Debates/Círculo de Leitores, Capa: Vera Braga, Revisão: Levi Condinho, Foto: Roger Kahan) --
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José do Carmo Francisco
às 15:55
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