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Transporte Sentimental



Domingo, 12.04.15

de maria alzira seixo a sampaio da nóvoa ou os malefícios do facebook

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Nasci em 1951 e pertenço a uma geração de portuguese que, desde muito cedo, ouviram uma solene adversativa: «Os filhos dos motoristas não vão para o Liceu!» E eu não fui para o Liceu, como é claro. Ouvi esta frase no Montijo, morava na Rua Sacadura Cabral e andava na segunda classe da Escola Primária lá em baixo, perto do edifício do Tribunal. Fiz os exames de admissão ao Liceu e à Escola Técnica em Leiria no ano de 1961, estudei na Escola Comercial e Industrial de Vila Franca de Xira, tenho o Curso Geral do Comércio e comecei a trabalhar em 1966 no Departamento de Estrangeiro do BPA da Rua do Ouro. Só entrei nas Universidades devido às licenciaturas dos meus três filhos e ao mestrado em História de um deles. Aqui há tempos participei num colóquio de homenagem a Alves Redol. Assisti também a uma homenagem a Álvaro Cunhal na Aula Magna da Universidade Clássica por convite do José Casanova dado eu ter publicado nos anos 90 uma das últimas entrevistas de Álvaro Cunhal na Revista «A BOLA Magazine». Estive perto de Sampaio da Nóvoa mas não trocámos qualquer saudação nem era esse o caso. O caso é que Maria Alzira Seixo, pessoa que eu muito admiro e respeito tendo mesmo escolhido um poema seu para uma antologia por mim organizada, colocou no seu Facebook uma opinião negativa sobre o candidato Sampaio da Nóvoa ao que eu comentei não ser a articulista citada nem o princípio nem o fim do Mundo. Maria Alzira Seixo conhece o reitor enquanto tal e eu não daí a opinião diferente do povo em geral que só conhece as recentes intervenções públicas do candidato. Muita água vai correr debaixo das pontes até chegar o tempo das eleições presidenciais. Logo se vê. Primeiro são as outras, as legislativas, mas parece que não interessam. Falta saber a quem não interessam, já agora. --

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por José do Carmo Francisco às 18:45

Domingo, 12.04.15

george haslam, joão pedro viegas e miguel martins - festa da música e das palavras

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No passado sábado 11-4-2015 a Feira do Livro e da Banda Desenhada organizada por Inês Ramos na Rua Professor Sousa da Câmara (perto das Amoreiras) recebeu três personagens para um encontro feliz entre música e palavras. George Haslam (n.1939) tocou de improviso saxofone barítono e tarogato ao lado de João Pedro Viegas com o seu clarinete baixo. Nos intervalos da música, Miguel Martins (n.1969), poeta que conheço desde o inesquecível «Cirrose» (2003), leu poemas diversos de vários autores publicados pela sua jovem editora «Tea for one». Ali, numa Feira do Livro houve «encontro» no sentido total da palavra: um músico de formação jazzística que actuou nos mais diversos países da Europa (Rússia, Ucrânia Hungria e Eslováquia) e da América (Cuba, Argentina, EUA e Canadá) mas também o editor que fundou a «SLAM», uma etiqueta com mais de cem títulos publicados, juntou a sua música (saxofone e tarogato) à do português João Pedro Viegas com o seu clarinete baixo. Ao lado dos dois, as palavras levantadas por Miguel Martins. Mais do que «encontro» tratou-se de uma celebração, de uma liturgia, de uma festa. Pode parecer exagero mas não é; dizer palavras em voz alta e improvisar música são maneiras felizes de negar a morte. É disso que se trata: cantar é dizer que não à morte. Ali talvez não por acaso comprei um livro de Nuno Dempster («Elegias de Cronos») com um poema dedicado a Afonso Duarte (1884-1958), poeta cuja morte está registada nas páginas de «O aprendiz de feiticeiro» de Carlos de Oliveira (1920-1981) e que um dia escreveu a propósito da sua Ereira: «Eu posso lá morrer, terra florida!». Ereira, Verride, Montemor-o-Velho, Coimbra, todo o Mundo afinal onde as palavras dos poetas não morrem porque continuam na esperança repetida todas as manhãs. --

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por José do Carmo Francisco às 12:53


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