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Quinta-feira, 19.02.15
maria alzira seixo, a antologia «o trabalho» e «a condição do olhar»
Há coisas estranhas no quotidiano da nossa vida. Carlos de Oliveira chamava-lhe «coisas desencadeadas» no seu magnífico «O aprendiz de feiticeiro», miscelânea de crónicas, contos, memórias, teatro e poesia. Não sei se alguém estranhou a referência que fiz em anterior crónica à poesia de Maria Alzira Seixo mas, por causa do tal encontro inesperado entre o Jornal O MIRANTE de 8-2-2015 e a revista Colóquio Letras de Março de 1984, fui à procura do livro «O Trabalho – antologia poética», um volume de 208 páginas editado em 1985 pelos três Sindicatos dos Bancários – Norte, Centro e Sul e Ilhas. Eu sou um dos organizadores com Joaquim Pessoa e Armando Cerqueira e contámos com a colaboração de Rui Namorado e Valeriano Ponte além de mais 23 colaboradores na pesquisa. Mas o tema é a poesia de Maria Alzira Seixo e aqui fica a página 153 da antologia de 1985: A condição do olhar (excerto): «A não ser nos caminhos mais largos da manhã. Como o fino triângulo que divide as poalhas do alvorecer prateado de azul no branco mais total da reunião de tudo: sentimento, desejo, consagração, o trabalho e essa maravilhosa sensação do encontro do outro. Numa carta, por exemplo; ou num pedido. (pensamento armado à alvura do acontecer) Rodeias fortemente a funcionalidade da cor e qualquer traço se marca em amplexo de unificação humedecida, logo sacralizada em verniz imortal. Ou, mais prudente, com o marginal pudor de quem carregou uma a uma as pedras do lar que o fogo escureceu, traças as vias de abertura das cores que festejam o nascer do Sol. Ou a mobilidade - a transformação. Pois conheço essa terra que os olhos transformam no ardor das mãos – lápide de papel, tela a arder.» Hoje, 30 anos depois, não recordo as condições precisas em que escolhi o poema de Maria Alzira Seixo. Nem isso importa porque foi pelo acaso feliz das coisas que cheguei a este livro, a esta página, a esta comoção de ouvir no poema a voz da sua autora. Voz solene, rigorosa, sintética. E poética porque, tal como numa oração, junta, de novo, dois mundos separados pela distância, pela escuridão e pela morte. --
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por
José do Carmo Francisco
às 08:31
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