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Transporte Sentimental



Sábado, 16.08.14

johann cruyff, pedro mexia, futebol, literatura - uma curiosa aproximação

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A nota de leitura que escrevi neste Blog sobre o livro «Lei Seca – Diários 2009-2012» de Pedro Mexia (Edição Tinta-da-China) não contemplou (nem tal era possível) todas as «nuances» de uma obra como esta – o que eu chamo uma «miscelânea». Faço já uma declaração de interesses prévia ao início deste meu texto – eu sou o coordenador de uma antologia que se intitula «O Desporto na Poesia Portuguesa» (Edição do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas) e esse livro demorou dez anos a ser organizado – 1979-1989. Está em alguns alfarrabistas. Perante isto devo lembrar que as duas citações (páginas 42 e 49) de fases de Johann Cruyff (n.1947) me encheram de satisfação. Não esqueço que Albert Camus foi guarda-redes na equipa do Racing Universitário de Argel e venceu a mesma doença que atacou Marcos de Mendonça, também guarda-redes da Selecção Brasileira - a tuberculose. Camus, ainda jogador, chamou-lhe «essa doença metafísica» e, já filósofo, concluiu um dia: «O que sei de mais certo sobre a moral e as obrigações dos homens, é ao futebol que o devo».

Além de tudo o mais tenho o livro «Mundiais 74» escrito por Johann Cruyff que recorda muito bem todo o ambiente que envolvia o grupo de trabalho da Holanda em 21-5-74. Ora a verdade é que em 1974 ainda havia finalíssimas da UEFA e os homens da equipa do Feyjenoord estavam longe dos outros convocados. E só dez dias antes do início do Mundial se poderiam juntar. Mais: a equipa holandesa integrava cinco homens do Ajax e cinco do Feyjenoord mas nenhum deles aceitava as tácticas do outro clube. Depois havia um jornalista holandês sempre a dizer mal da equipa; foi preciso banir o intruso das conferências de imprensa. Mas o sorteio ajudou muito e a partir do jogo com o Uruguai (2-0) tudo correu bem. E foi até à final. --

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por José do Carmo Francisco às 23:44

Sábado, 16.08.14

bernardino páscoa, josé manuel rodrigues e évora ou a água da vida do menino que nasceu

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No texto anterior cometi o erro crasso de esquecer o «p» de «povoamento» mas há males que acabam em bem. Ao pedir desculpa pelo lapso, tenho a ocasião de falar do outro lado do livro de 2001 da Câmara Municipal de Évora. Estas três fotos de José Manuel Rodrigues testemunham o passado, o presente e o futuro de uma cidade que eu tenho amado desde 1972 e da qual nunca saí verdadeiramente. Ainda estou lá pela Rua dos Mercadores a ouvir o sapateiro a discutir as rivalidades à flor da pele entre o Juventude e o Lusitano. Havia no Hospital Militar de Évora alguns rapazes radicais: «Se és juventudista não entres nesse café!» O Templo de Diana, o Jardim das Canas e as Piscinas Municipais são três imagens de três tempos bem definidos na cidade que se vê ao longe do Cromeleque dos Almendres. Esta água real nas Piscinas e no Jardim (e imaginada no Templo romano) é um sinal de vida. Construo aqui uma saudação ao filho recém-nascido de um amigo em Lisboa. Porque a vida surge da água que rebenta, porque o baptismo se faz com água, porque a sobrevivência só existe com a força da água. Um filho é, nos tempos hostis que correm, um sinal de aventura e de aposta num tempo futuro onde será possível haver juízes que nada vão perdoar mas no momento que corre eles (os filhos) são apenas lágrimas confusas porque ainda não distinguem a noite do dia, a luz das trevas, o ruído do silêncio. Pai de três filhos e avô de três netos, só posso erguer a minha voz pequena, mínima e pobre neste momento ajudada pelas ondas musicais de Ludovico Einaudi fazendo assim desta crónica ansiosa e tímida uma terra de harmonia – como queria Carlos de Oliveira. O mesmo autor de «Finisterra – paisagem e povoamento», a tal palavra que escrevi com erro na crónica anterior. --

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por José do Carmo Francisco às 12:31


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