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Transporte Sentimental



Terça-feira, 14.01.14

time out - o delírio e a alucinação no mercado da ribeira

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A «proposta cultural» da «Time Out» à CML de Lisboa não passa de um negócio porque a sua vocação é essa – uma empresa e não uma revista. Apesar da aparência. Ocupar o Mercado da Ribeira com algumas «actividades» durante 24 horas por dia é um problema para eles mas não por causa dos residentes. No Cais do Sodré ou no Bairro Alto o seu sossego, a sua vida e o seu futuro não são para a «Time Out» nada (mesmo nada) em comparação com aquilo a que chama os riscos do negócio. Estes são três: primeiro o risco «de criar mais um espaço igual a tantos outros», segundo o risco de «ver as empresas do sector olharem isto como concorrência desleal» e, por fim, o risco de «não acrescentar nada de novo à cidade». É de um cinismo espantoso alguém (no caso a «Time Out») falar da cidade (Lisboa) como se esta cidade fosse uma coisa fluida. Sem pessoas nas casas, sem vida nas ruas, sem memórias no espírito. A cidade não é abstracta, é concreta porque «aqui mora gente». A cidade é feita de pessoas que estão a pagar a sua casa desde os anos 80, alguns já pagaram, os 25 anos do empréstimo já lá vão mas, de qualquer modo, isto de alguém falar da cidade como uma entidade acima das pessoas não tem lógica, nem perdão nem defesa. As pessoas são mais importantes do que os negócios. A nossa vida está muito acima das «Time Out» deste ou do outro mundo. Nós já cá vivemos há muito tempo ou seja, antes do ruído, do lixo, do vandalismo, da urina contra as portas das casa e dos automóveis. Antes daquilo que vocês querem trazer para aqui em nome das vossas tão queridas «unidades de negócio»; o mesmo é dizer em nome do vosso delírio e da vossa alucinação. Primeiro estão as pessoas, depois os negócios. Primeiro está a nossa vida, depois o vosso lucro fácil. Primeiro está o futuro, depois o dinheiro sujo. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 14:26

Terça-feira, 14.01.14

cristiano ronaldo na fifa - o rapaz entre o velho e o burro

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A alegria, a emoção e as lágrimas de Cristiano Ronaldo no prémio internacional fez rebobinar em mim algumas memórias. Estive na redacção do jornal SPORTING de 1988 a 2006 embora só redactor desde Janeiro de 1997, antes fui apenas colaborador. Recordo uma longa conversa junto à linha do comboio da Lousã no Campo do União de Coimbra a propósito de campos pelados, de um entorse e do gelo colocado pelo massagista junto ao tornozelo num saco de plástico. Ele sabia que eu conhecia o Dr. Marques de Freitas e também sabia da importância da acção do seu padrinho, o senhor Fernão. E que sabia toda a história da sua contratação ao Nacional e conhecia no Lar do Jogador a D. Isabel Trigo de Mira, o senhor Aurélio Pereira e os treinadores Paulo Cardoso e Leonel Pontes de uma entrevista em Janeiro de 1997 nas páginas do jornal SPORTING. Lembro-me de um jogo em Sarilhos Pequenos quando os miúdos andavam com a casa às costas: os Iniciados em Rio Maior, os Juvenis em Óbidos e os Juniores em Sarilhos Pequenos. Via os jogos ao lado do grande Manuel Fernandes que por ser filho da terra tinha lugar no camarote da direcção do 1º de Maio Sarilhense. Ao nosso lado estava o Paulo Cardoso que gritou para dentro do campo e ele percebeu de onde vinha o grito pois antes de marcar um livre fez um sinal com um dedo da mão direita. Lembro um jogo no campo do Casa Pia em Pina Manique em 1999, numa manhã de Domingo com muita chuva e muito frio. A taquicardia está numa crónica por mim assinada em 26-10-1999 e foi o enfermeiro Fontinha que safou o miúdo com uma injecção dada a tempo. As suas lágrimas na Suíça foram também por todos os momentos difíceis. Ele sabe que, como escreveu William Faulkner, «o valor das coisas é a soma do que foi preciso sofrer para as alcançar.» José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 10:20


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