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Transporte Sentimental



Sexta-feira, 31.01.14

«canto submerso» de josé terra 58 anos depois

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Por um acaso insólito descobri hoje o livro «Canto suspenso» de José Terra (1928-2014) que, para além de poeta, foi professor, filólogo, historiador, ensaísta, crítico literário e tradutor. O seu nome civil era José Fernandes da Silva e o pseudónimo (José Terra) revela uma ligação óbvia que logo no primeiro livro «Canto da ave aprisionada» (1949) a Censura do Estado Novo bem percebeu. Foi em nome da terra e da língua do seu país que sempre escreveu. Este «Canto submerso» venceu o Prémio Teixeira de Pascoaes de 1955 atribuído por um júri que integrava: Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, Ilídio Sardoeira, Augusto Casimiro e João José Cochofel.

«Noite a Ocidente» é o título do primeiro conjunto de versos deste livro. Depois da censura do anterior volume, o Poeta sabe que escreve num país onde o ditador proclamou «Está tudo bem assim e não podia ser de outra forma». Por isso adverte («Iludimos o corpo, inventamos a alma») e proclama: «Eu não me importo que ninguém me leia. / Sei que um dia alguém tropeçará num meu verso / como se tropeça acaso num objecto esquecido». «Canto submerso» é a segunda parte do volume e fiquemos numa citação do poema da página 44; na sua discreta tessitura é todo o tempo de 1955 que se revela: «Escutai agora / seu canto submerso / os muros que crescem / de silêncio e angústia / seus lábios de pedra / que o orvalho não toca. / Nos umbrais da morte / intranquilo e só / ele está velando / a forma indecisa / o corpo ondulante / da imaginação. / Coração já gasto / pelo esforço longo / da sobrevivência!» Nota final – a capa é de Fernando Azevedo e a edição da Portugália Editora. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 09:48

Quinta-feira, 30.01.14

outras leituras de 2008 - uma carta para garcia

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«Uma carta para Garcia» de Elbert Hubbard
No dia 22 de Fevereiro de 1899, na sequência de uma conversa como seu filho Albert, Elbert Hubbard escreveu «A message to Garcia» sem imaginar o êxito que o seu texto iria ter em todo o Mundo. Hoje em dia mais de 200 milhões de leitores conhecem essa história exemplar e sabem o sentido da expressão «levar a carta a Garcia». Vejamos a história em resumo. Quando surgiu a guerra entre Espanha e os EUA, o presidente americano queria comunicar com os rebeldes cubanos chefiados pelo general Garcia, algures nas montanhas de Cuba. Um dos conselheiros do presidente sugeriu que se chamasse um homem (Rowan) pois ele poderia encontrar o general Garcia e entregar-lhe a carta do presidente. Recebida a carta, Rowan guardou-a numa bolsa impermeável que prendeu sobre o coração e quatro dias depois desembarcou de noite numa praia de Cuba. Três semanas mais tarde saiu pelo outro lado da Ilha depois de atravessar a pé um território hostil e ter entregue a carta a Garcia. A edição portuguesa conta com um ensaio («Sobre livros e anúncios») à volta da qualidade e da popularidade dos livros: «o bom em literatura é apenas uma questão de gosto. Não há padrões definidos. Gosta-se porque se gosta e o facto de outras pessoas elogiarem um livro é um bom motivo para o ignorar… ou para o comprar. Um livro «dispara» no mercado geralmente porque um amigo o recomenda a outro. Nenhuma pessoa pode ler um livro secretamente e depois exultar sozinha.» (Editora: Padrões Culturais, Prefácio: Luís Sebastião, Capa: Roberto Carlos) José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 12:19

Quinta-feira, 30.01.14

lisboa «cool» - jornalista cnn não sabe o que é o feudalismo

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Uma jornalista da CNN chamou «cool» à noite lisboeta porque andou acompanhada por alguém da CML e, bem comida e bem bebida, não se defrontou com os grupos de estudantes (os Erasmus e os de cá) que celebram com bebedeiras e cantorias a sua passagem pela e para a Universidade. Os moradores do Bairro Alto já não suportavam a alucinação do vereador Sá Fernandes (que só vê o Turismo como panaceia para a cidade fingindo esquecer que a cidade é quem cá vive) e agora aparece uma obscura jornalista da CNN a gritar aos quatro ventos que Lisboa é «cool» porque tem muitos bares e paredes pintadas no Bairro Alto. Até o circunspecto Bagão Félix na TV disse que isto era uma boa notícia; só não explicou para quem. Para nós moradores é uma péssima notícia. Há pelo menos um paralelismo a fazer entre a jornalista americana e a praga das praxes. Os EUA são um povo ignorante sobre o Mundo, deslumbrado com qualquer novidade, jovem, sem memória, sem história, sem referências, para quem tudo o que tenha mais de cem anos já é antigo. As praxes nasceram nos tempos do Cavaquistão em paralelo com as televisões privadas e os bancos privados. Como não tinham nada, inventaram a memórias de umas praxes que nunca lá houve. Daí as capas e batinas, os rituais, as parvoíces que qualquer um pode ver no Metro. Ainda esta noite andaram pela Rua da Rosa uns maloios a cantar às três da manhã. O que nos vai ajudando um pouco são os aguaceiros que em boa hora correm com esse lixo humano do nosso Bairro e ajudam a lavar as ruas da sua urina, seus dejectos, seus copos de plástico, suas limas cortadas ao meio. Não admira que a pobre jornalista tenha chamado «cool» à noite quando o vereador vê em cada alfarrabista que fecha um hotel que abre. Mas aquilo que os turistas comem é importado em setenta por cento. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 10:55

Domingo, 26.01.14

nuno costa santos - «os dias não estão para isso»

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Partindo de citações de versos de Fernando Assis Pacheco, Alexandre O´Neill e Raymond Carver, o poema-chave deste livro de Nuno Costa Santos (n.1974) é o da página 18 («Os dias não estão para isso») porque os dias de hoje não estão para aquilo a que se convencionou chamar «a transcendência». O poeta vive, uns após outros, o «ranço dos meses horizontais» e convive com os casais que são fantasmas imobiliários - «São como fantasmas / cansados de subir / quatro andares sem elevador». Os dias de hoje são insólitos, as flores e a morte lado a lado: «No dia em que a televisão revelava uma nova hemorragia terrorista, desta vez em Madrid, uma antiga empregada fez sem aviso uma visita e espalhou pela casa flores do seu jardim de Fernão Ferro.» Um pouco à maneira de Cesário Verde que procurava na Poesia «A perfeição das coisas», Nuno Costa Santos procura decifrar «em cada relance, / o fim das coisas». A vida está afinal em todo lado («Abre todos os dias / o tablóide à procura de / uma notícia com o seu nome») tal como a morte: «Escondia ainda a doença nessa primeira vez que chegava das ilhas». É essa oscilação entre vida e morte, entre luz e sombra, entre júbilo e amargura, essa re-ligação que os poemas inscrevem em todas as páginas deste livro. E que o poema da página 45 resume: «Não esperes que te amem. / Não esperes que te aprovem / pela escrita e pela vida. / Lembra-te que na dúvida / as pessoas não amam. / Que antes da dúvida / há muitos territórios / e nenhum deles é o amor.» (Editora: Livramento, Grafismo: José Albergaria e Júlia Vieira) --

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por José do Carmo Francisco às 15:13

Quinta-feira, 23.01.14

para manuel sequeira - dissertação sobre o emblema do slb

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Manuel Sequeira, além de ser responsável pelo Blog «ofogareiro» e de manter uma intensa actividade no Facebook, é um bom amigo dos velhos tempos de A BOLA e essa amizade é um posto para sempre. Com a morte de Eusébio todos nós mais ou menos tínhamos coisas a dizer sobre o ídolo. No meu caso recuperei aqui um texto do José Duarte a marcar o encontro com Dizzie Gillespie, Phil Woods e Sonny Stitt por ocasião de um Cascais Jazz. Tive um poema publicado em A BOLA de 6-1-2014 e além das conversas à volta do facto de o jogador ser originário do Sporting de Lourenço Marques mas ter 19 anos (era menor) em 1961 e daí o protagonismo da sua mãe, pareceu-me errado o facto de muita gente ter tentado esconder que os últimos clubes de Eusébio em Portugal foram o Beira-Mar e o União de Tomar. O caso do emblema do SLB é também um paradigma do erro, um erro semelhante. Todos nós sabemos que só existe História com documentos escritos e não há nenhum documento escrito antes de 13-9-1908 a referir o SLB. A roda da bicicleta pertenceu ao emblema de um clube (Sport Clube de Benfica) que se juntou em 1908 a outro clube (Grupo Sport Lisboa) cujo emblema tinha uma bola. O facto de muita gente repetir uma mentira não faz dela uma verdade. O Sport Lisboa e Benfica foi fundado em 1908, existe uma acta, há documentos mas um grupo de iluminados, os revisionistas da História do Desporto, procuraram e conseguiram alterar a verdade. Basta ver que os jornais desportivos e não só, nos seus cadernos elaborados no Verão lá apresentam a data de 1904 como data fundadora do SLB. Mas não é verdade: a data correcta é 1908 e não há outra. O resto são malabarismos e lendas, a História é outra coisa. Coisa séria onde apenas os documentos escritos são verdade. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 12:26

Segunda-feira, 20.01.14

bairro alto - dinis machado e uma questão de palavras

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Este texto tem data de 28-10-1997 e foi enviado ao poeta António Júlio Valarinho no Instituto de Emprego e Formação Profissional na José Malhoa. Resulta de uma conversa sobre Dinis Machado e o seu clássico «O que diz Molero», um livro sobre o Bairro Alto. O meu depoimento aqui vai tal como foi escrito em Outubro de 1997: «Não é impunemente que se vive num Bairro durante vinte anos. Nascem os filhos aqui, aqui se baptizam e vão à escola para (já amanhã!) entrarem na Universidade ou darem o nome para a Tropa… Mas viver no Bairro Alto não se explica nem se reduz simplificando. Sente-se. Transporta-se no íntimo. É um código sentimental. É uma situação. Também uma questão de palavras. E como é que um poeta incorpora no seu ofício esse resíduo de conversas e encontros, arrelias e sorrisos, luz e sombras, tristezas e alegrias – perguntarão os leitores. Com roda a naturalidade – respondo eu. Como se sempre tivesse aqui vivido, respirando as manhãs luminosas e as escuras sombras agressivas da noite. Tudo. Porque é o escuro que melhor dá relevo àquilo que é luminoso. E vale a pena. Como as marchas – por exemplo. Já reparam que o nosso Bairro ganha muitas vezes o prémio da melhor letra? Claro que não é por acaso. É porque o Bairro convida a escrever coisas bonitas e bem escritas. E o júri não fica indiferente. Deixo para todos vós um poema escrito num rescaldo de umas marchas. Não interessa o ano. Mesmo repetidas todos os anos as marchas são sempre novas…» Fiquemos pelos primeiros versos do meu poema - «Soube sempre / mesmo sem perceber / que o som da tua voz / era múltiplo e cheio / como um cavalinho / numa marcha de Lisboa». E uma nota final – é obrigatório ler de novo «O que diz Molero» de Dinis Machado. --

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por José do Carmo Francisco às 15:51

Quinta-feira, 16.01.14

a minha crónica nº 1000 é uma memória de paolo rossi em 1982

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A fotografia que descobri hoje numas arrumações de livros diz respeito a um animado jogo de cartas entre o presidente Sandro Pertini, os jogadores Causio e Zoff e o treinador Bearzot. Para mim ter chegado em 12 anos a mil crónicas é uma coisa quase tão impossível como os 6 golos de Paolo Rossi em 1982. Aqui vai o texto: «Falo de factos – não de imagens. As imagens falam por si. Em Pontevedra não podia descansar nos intervalos da neblina e dos boatos. Por tudo e por nada entrevistas, obstáculos, intrigas por causa de um jogo feio em Braga. Depois o medo perante a Polónia em Vigo e um nome que toda a gente repetia – Boniek. N´Kono e Quiroga sem golos meus, Mlynarczyk também, nos três empates de Vigo. Veio uma espécie de chuva triste atrás de mim no caminho de Barcelona, do outro lado. Tardelli e Cabrini marcaram por nós com Gentile a não dar espaços a Maradona. Bearzot falava comigo num cenário de flores, queria esquecer tantos jogos sem marcar e havia o silêncio decretado pelo capitão Zoff mas dentro de mim um receio crescia, grande: não ser capaz de responder com factos ao medo. E só contra o Brasil me libertei das sombras para iluminar três vezes o azul da camisola. No Estádio do Barcelona de novo a Polónia e dois golos meus, um em cada parte do jogo. Finalmente no Santiago Barnabéu a final com a Alemanha Ocidental como se dizia então. Os golos, todos na segunda parte do jogo, a partir do mágico minuto cinquenta e sete. Foi nos seis golos que desfiz a chuva de Vigo, os quase dois anos sem jogos de competição, a falta de confiança e a cortina de silêncio à volta dos cinco jogos sem marcar, incluindo aqui também o jogo de Braga. Falo de factos – não de imagens. As imagens falam por si.» José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 11:42

Quarta-feira, 15.01.14

hoje o meu futebol é o do jogo do cavalo branco

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Foi em Wembley, corria o ano de 1923 e a multidão apaixonada ultrapassou a lotação e as linhas do estádio. Era um jogo, uma final de Taça de Inglaterra que por acaso punha frente a frente o Bolton Wanderers e o West Ham United (resultado de 2-o para os primeiros) mas ficou para a História como o jogo do cavalo branco. Durante o tempo em que escrevi no jornal SPORTING procurei dar preferência aos jogos do futebol juvenil mas não deixei de ir a Bolonha nem a Faro com a equipa «A» nem a Ponta Delgada ou Câmara de Lobos com a equipa «B» sem esquecer os muitos jogos feitos com o Lourinhanense. Mas eu via no futebol juvenil o que resta do perfume do futebol romântico como é o caso do jogo do cavalo branco em Wembley. No futebol romântico não há tácticas manhosas nem golpes sujos nem influências repugnantes. Num certo sentido comecei a detestar esse futebol quando o Carlos Pinhão foi agredido em Aveiro, tão agredido que até ficou descalço. Queriam os alucinados portistas que ele pagasse por um erro de Vítor Santos que chamou campeão ao Benfica num antetítulo de uma peça quando o campeão ainda era o F.C. Porto. Tive depois em Julho de 1997 um primeiro jogo como enviado especial à Nazaré, para um SCP-Boavista, decisivo para a atribuição do título de Juniores da época 1996/97. Perdi as ilusões quando vi um árbitro inverter o resultado passando de 1-0 para o SCP para 2-1 favorável ao Boavista. Assim a sangue frio. O SCP tinha uma grande equipa e venceu por 5-0 o F.C. Porto em Cantanhede . Alguém o quis repreender e colocar no seu lugar. Escrevi no jornal do SPORTING entre 1988 e 2006 e hoje o meu futebol já não existe. Ficou perdido naquela fotografia de 1923 de Wembley com o cavalo branco. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 14:38

Terça-feira, 14.01.14

time out - o delírio e a alucinação no mercado da ribeira

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A «proposta cultural» da «Time Out» à CML de Lisboa não passa de um negócio porque a sua vocação é essa – uma empresa e não uma revista. Apesar da aparência. Ocupar o Mercado da Ribeira com algumas «actividades» durante 24 horas por dia é um problema para eles mas não por causa dos residentes. No Cais do Sodré ou no Bairro Alto o seu sossego, a sua vida e o seu futuro não são para a «Time Out» nada (mesmo nada) em comparação com aquilo a que chama os riscos do negócio. Estes são três: primeiro o risco «de criar mais um espaço igual a tantos outros», segundo o risco de «ver as empresas do sector olharem isto como concorrência desleal» e, por fim, o risco de «não acrescentar nada de novo à cidade». É de um cinismo espantoso alguém (no caso a «Time Out») falar da cidade (Lisboa) como se esta cidade fosse uma coisa fluida. Sem pessoas nas casas, sem vida nas ruas, sem memórias no espírito. A cidade não é abstracta, é concreta porque «aqui mora gente». A cidade é feita de pessoas que estão a pagar a sua casa desde os anos 80, alguns já pagaram, os 25 anos do empréstimo já lá vão mas, de qualquer modo, isto de alguém falar da cidade como uma entidade acima das pessoas não tem lógica, nem perdão nem defesa. As pessoas são mais importantes do que os negócios. A nossa vida está muito acima das «Time Out» deste ou do outro mundo. Nós já cá vivemos há muito tempo ou seja, antes do ruído, do lixo, do vandalismo, da urina contra as portas das casa e dos automóveis. Antes daquilo que vocês querem trazer para aqui em nome das vossas tão queridas «unidades de negócio»; o mesmo é dizer em nome do vosso delírio e da vossa alucinação. Primeiro estão as pessoas, depois os negócios. Primeiro está a nossa vida, depois o vosso lucro fácil. Primeiro está o futuro, depois o dinheiro sujo. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 14:26

Terça-feira, 14.01.14

cristiano ronaldo na fifa - o rapaz entre o velho e o burro

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A alegria, a emoção e as lágrimas de Cristiano Ronaldo no prémio internacional fez rebobinar em mim algumas memórias. Estive na redacção do jornal SPORTING de 1988 a 2006 embora só redactor desde Janeiro de 1997, antes fui apenas colaborador. Recordo uma longa conversa junto à linha do comboio da Lousã no Campo do União de Coimbra a propósito de campos pelados, de um entorse e do gelo colocado pelo massagista junto ao tornozelo num saco de plástico. Ele sabia que eu conhecia o Dr. Marques de Freitas e também sabia da importância da acção do seu padrinho, o senhor Fernão. E que sabia toda a história da sua contratação ao Nacional e conhecia no Lar do Jogador a D. Isabel Trigo de Mira, o senhor Aurélio Pereira e os treinadores Paulo Cardoso e Leonel Pontes de uma entrevista em Janeiro de 1997 nas páginas do jornal SPORTING. Lembro-me de um jogo em Sarilhos Pequenos quando os miúdos andavam com a casa às costas: os Iniciados em Rio Maior, os Juvenis em Óbidos e os Juniores em Sarilhos Pequenos. Via os jogos ao lado do grande Manuel Fernandes que por ser filho da terra tinha lugar no camarote da direcção do 1º de Maio Sarilhense. Ao nosso lado estava o Paulo Cardoso que gritou para dentro do campo e ele percebeu de onde vinha o grito pois antes de marcar um livre fez um sinal com um dedo da mão direita. Lembro um jogo no campo do Casa Pia em Pina Manique em 1999, numa manhã de Domingo com muita chuva e muito frio. A taquicardia está numa crónica por mim assinada em 26-10-1999 e foi o enfermeiro Fontinha que safou o miúdo com uma injecção dada a tempo. As suas lágrimas na Suíça foram também por todos os momentos difíceis. Ele sabe que, como escreveu William Faulkner, «o valor das coisas é a soma do que foi preciso sofrer para as alcançar.» José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 10:20

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