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Segunda-feira, 09.12.13
«o nome negro» de antónio carlos cortez
Camilo Castelo Branco (1825-1890) escreveu um dia que «a poesia não tem presente; ou é esperança ou saudade» e este livro recente de António Carlos Cortez (n.1976) vem dar razão ao nosso clássico do século XIX. Há nele, nas suas páginas, uma visita ao passado, como se todos os poemas fossem «uma área ardida» onde o fogo queimou a vida antes do poema surgir: «O poema / desenho de fogo / É uma área ardida / Nome negro a exigir / um método de leitura / do perímetro textual / semelhante à vida». Noutro poema se repete o título do livro, anunciando um programa de vida: «Aos teus fantasmas / dá-lhes a carne e o osso / das palavras / (às palavras o osso / da carne dos fantasmas)» Luís Miguel Nava, Fiama Hasse Pais Brandão, António Nobre, Carlos de Oliveira, Fernando Pessoa, Luís de Camões, Ruy Belo, Paulo Henriques Britto, Emílio Lledó são algumas das vozes poéticas que, ora de modo explícito ora de modo implícito, aqui comparecem em palavras exactas ou em imagens sugeridas. Afinal toda a Literatura é uma homenagem à Literatura e os primeiros poetas não tinham livros; por isso cantavam. Esta é uma poesia que canta e que se canta mesmo quando pergunta ao leitor: «Diz-me leitor / Se a poesia pesa / nos teus ombros / quem te injectará / não o óbvio mas o excesso? / A que luz negra descerás / nos escombros que / da leitura feita / escondem o trilho da suspeita?» Poesia de cantar mas também de reflectir, intervalo entre canção e filosofia, fiquemos com o poema «Erros», um texto exemplar do modo como este poeta aborda a linha difícil que liga a vida à poesia: «É o mais visitado verso certamente / «errei todo o discurso de meus anos» / Na releitura dos erros e dos danos / na dúbia bifurcação deste presente / dei à fala a falta e o sentido / para compensar dos erros o discurso /que por ser vão discurso humano / foi falha ou foi falar difuso». (Editora: Relógio d´Água, Capa: Carlos César Vasconcelos, Nota: Pedro Mexia, Revisão: Michelle Nobre Dias) José do Carmo Francisco --
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José do Carmo Francisco
às 17:13
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