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Transporte Sentimental



Quarta-feira, 28.08.13

7 autores de textos curtos a partir de «o galo de barcelos ao poder»

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«Tamanho não é qualidade – Textos curtos» A partir do Blogue «O galo de Barcelos ao Poder» são sete os autores de textos curtos reunidos neste livro: Dalila Pinto de Almeida, Fernando Pinto, João Viegas, José Manuel de Sousa, José Viegas Soares, Margarida Ferreira dos Santos e Maria Natália Gonçalo. Em Dalila Pinto de Almeida aparece uma história do quotidiano. A casa de Alex estava demasiado bem arrumada e Alice estranhou a pergunta que foi a última: «não te importas de usar a minha toalha? Para não estar a lavar mais uma…» Em Fernando Pinto uma das histórias fala de um aviso repetido todos os dias, no fim dos anos 30 num quartel de Beja mas cuja origem estava numa Ordem de serviço de 1935: «É favor não deixar ninguém sentar no banco do jardim da praça porque hoje foi pintado de fresco.» João Viegas já viajou de táxi em todo o Mundo (Londres, Manila, Rio de Janeiro, Nova Iorque, México, Índia) mas é em Lisboa que surge o insólito num taxista que faz exorcismos: «Bezerros atravessados, bois «desmotivados», eu chego e zás… nasce o bezerro, cura-se a vaca, o touro transforma-se num garanhão… e o mesmo com carros!» José Manuel de Sousa conta a história de um funcionário público que gostava de ouvir o fado nos bairros populares e fora de portas até que um dia, num cabaret pediu uma espanhola a um amigo em viagem para Madrid; e a espanhola veio por sua conta para Lisboa: «Nesse mesmo dia junto ao Cais do Sodré foi encontrado a boiar e sem vida o seu corpo, vestido com o fato preto que tanto prezara.» José Viegas Soares mergulhou numa crónica de Fernão Lopes sobre D. Pedro I para recontar uma história de crime e castigo: «Houve el-rei informação certa de que a mulher de Afonso André lhe fazia maldade. Pois el-rei mandou-a queimar a ela e degolar a ele. Quando o marido regressou, el-rei disse-lhe que «já o tinha vingado da aleivosia de sua mulher e do que lhe punha os cornos.» Margarida Ferreira dos Santos apresenta dois tipos de texto. O primeiro intimista e de saudade («Vivo agora um rio vazio quando sinto a tua ausência»), o segundo de memórias de outro tempo e outro lugar: «A minha mãe ensinava o que gostava, ensinava Leia que, apesar do nome, não sabia ler.» Por fim Maria Natália Gonçalo visita Cabo Verde: «E o Tarrafal despertou em mim dois sentimentos. Por um lado uma belíssima baía, por outro lado a visita ao campo de concentração para presos políticos do antigo regime, construído em 1936 – felizmente sem sinais da «Frigideira», lugar de castigo máximo.» (Editora: Mercado dos Sonhos, Lda., Capa: Sofia Silveira) José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 11:39

Quarta-feira, 28.08.13

cesare novi entre a terra e o mar

La Via del Mare ASM 50x40.JPG

Cesare Novi – uma estrada entre a terra e o mar No tempo das colheitas, a terra descansa do seu lento trabalho de criar os cereais. À esquerda há um campo de girassóis e a estrada para o mar, no seu desenho serpenteado, liga no lado esquerdo, o primeiro campo à casa da quinta com sua vida e seus cómodos em anexo. Os cinco espigueiros de palha, levantados ao céu como pequenas cabanas, são o resultado da colheita recente. O caminho entre a terra e o mar é de terra batida, talvez macadame, um caminho mais para carroças e carros de bois do que para automóveis. Ele, o caminho, passa à direita do planalto e mais à frente cruza-se com as árvores, os ciprestes, que são pontos de exclamação gigantes. Mas há no quadro outras árvores verdes e castanhas nesta paisagem rural. O mar ao fundo tanto pode ser o Tirreno como o Adriático, ambos com o esplendor do azul e a promessa de viagens, aventuras e abundância. Haverá uma comunidade de pescadores do lado de lá da terra com seus barcos de pesca, suas artes e suas redes que depois algumas mulheres vão repetir nos bordados muito brancos que fazem na sombra do tempo da espera quando os homens vão para o mar. O quadro tem um título («La via del mare») mas, na confusão dos sentimentos, tanto pode ser uma estrada como um caminho, não há aqui uma paisagem povoada por gente e por isso não se sabe se aqui passam automóveis ou apenas carroças altas e carros de bois presos à lentidão dos animais. O mar ao fundo é um forte apelo à viagem, a terra em frente é um indício da ideia de ficar. No meio dos dois lugares fica a estrada que desafia os residentes do quadro e quem o não esquece nas paredes da galeria de arte, numa rua da cidade de Lisboa. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 09:37


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