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Transporte Sentimental



Sexta-feira, 22.03.13

memória e memórias de antónio carmo em cascais

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O quadrado mágico de António Carmo
Podendo ser vista até 31 de Março no Centro Cultural de Cascais, na Av. Rei
Humberto II de Itália, a retrospectiva intitulada «Memória, memórias» de
António Carmo (n.1949) enuncia uma viagem aos seus quatro temas de eleição:
a Pintura, a Música a Literatura e o Amor.
Nos quadros a cores e também nos desenhos a tinta-da-china, estão bem
presentes esses quatro vectores da obra de António Carmo. Seja na visita
demorada aos ateliers dos pintores, seja na leitura atenta das partituras
dos músicos, seja na poesia e na prosa dos heterónimos de Fernando Pessoa
ou seja, ainda e por fim, na festa do encontro entre Homem e Mulher a
decorrer no lugar mágico da Terra, tudo afinal converge neste autor para a
celebração que cada quadro e desenho invocam e fazem permanecer contra o
desgaste do Tempo.
Surge aqui por exemplo a celebração do que existe de permanente no Amor
como no quadro «O tempo que dura um beijo». Celebração também daquilo que
há de mais duradouro num tempo afinal efémero, um tempo onde o esquecimento
tudo faz para derrubar a casa de paredes de alegria onde a Música, a
Pintura, a Poesia e o Amor se juntaram para dizer em voz alta que a paixão
antiga entre o Homem e a Mulher, a mais teimosa paixão, não quer morrer.
José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 17:01

Sexta-feira, 22.03.13

vocês ganharam mas não são melhores que nós

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Dissertação para uma fotografia de 1966
Os «Magriços» de 1966 saúdam os espectadores antes de um jogo em Manchester.
Faltam Alexandre Baptista, José Carlos, João Morais e Carvalho. Os onze
portugueses jogaram com Hungria, Bulgária e Brasil, eliminaram a Coreia e foram
levados para Londres quando deveriam ter continuado em Manchester. Segundo
Hilário parece que houve dinheiro por baixo da mesa para os federativos se
convencerem a alterar o palco dos jogos. Por acaso vi outro dia o filme desse
campeonato e mais uma vez o jogo Inglaterra-Alemanha Ocidental não me
convenceu. O terceiro golo inglês é falso e o árbitro suíço com o fiscal de
linha soviético é que o validaram. A bola bateu na linha e saltou para dentro
do campo. Ora, havendo um desnível, só seria golo se a bola saltasse para
dentro da baliza.
O ano de 1966 foi quando comecei a trabalhar. Ganhava 900 escudos por mês,
descontava 9 escudos para o Sindicato dos Bancários e 16 escudos para o Fundo
de Desemprego mas nem podia ser sócio do Sindicato antes dos 18 anos nem
poderia receber nada do Fundo se ficasse, por azar, desempregado. Mais tarde,
em 1979, vieram alguns bancários de Moçambique e outros que nem bancários eram
mas passaram à frente de nós nas promoções com o argumento peregrino de que era
preciso integrar toda essa gente. Mesmo com o sacrifício de quem tinha as mais
legítimas expectativas de promoção e estava na Banca Comercial há muitos anos.
No meu caso há 14 anos. Noutros há 20 ou 30.
De qualquer modo eu e a minha geração de bancários dos anos 80 poderemos sempre
dizer como os «Magriços» em 1966: «Vocês ganharam mas não são melhores que nós»
Ou, dito de outra maneira: «A vida é um mistério, não é um negócio».
José do Carmo Francisco
--

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por José do Carmo Francisco às 10:30


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