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Transporte Sentimental



Quinta-feira, 07.03.13

do presidente cadáver ao cadáver presidente

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Mais outro a falar de maturidades
Aquilo que foi um sonho para Francisco Sá Carneiro (um governo, uma
maioria, um presidente) está a ser um pesadelo para os Portugueses e
infelizmente para todos – não só os que votaram neles mas também os
outros, os que não votaram. Depois do PEC IV tem sido sempre a descer, um
plano inclinado total. Não só de situações mas também de palavras.
Desemprego, penúria, fome, miséria mas também troika, resgate, empréstimos,
maturidades. Esta então é de bradar aos céus. Traduzir «maturity date» por
maturidade é de analfabetos distraídos. A tradução de «maturity date» é
data de vencimento. Só isso.
Pois no mesmo dia em que as televisões nos mostraram um presidente cadáver
em câmara ardente na Venezuela, as mesmas televisões mostraram em Portugal
um cadáver presidente frente às câmara de TV a falar em maturidades. Já não
bastava o ministro das Finanças a insistir nessa ratoeira de misturar
conceitos de psicologia com comércio internacional, logo tinha que aparecer
o cadáver adiado a procriar mais uma trapalhada. As novas maturidades,
mesmo assim. Quem não teve maturidade foi quem votou nesta gente, uma gente
de segunda escolha que tinha sido rejeitada nas anteriores eleições para a
Assembleia da República pelos dirigentes do PSD. O cavaleiro da triste
figura fala em maturidades e ninguém pergunta o que é que isso tem a ver
com vencimentos. É tudo como se fosse uma verdade suprema, uma seita que
havia no Japão e afinal deixou por aqui os seus restos. E ainda dizem que o
PEC IV era mau para o Povo. Foi por isso que derrubaram o governo anterior
– o resultado não é motivo para ninguém estar feliz. Nem eles nem
quem votou neles nas últimas eleições a pensar no sonho de Francisco Sá
Carneiro. Safa!
José do Carmo Francisco
--

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por José do Carmo Francisco às 18:33

Quinta-feira, 07.03.13

antes de sermos homens fomos peixes e anfíbios

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«Um mundo deste tamanho» de Pedro Cotrim
Pedro Cotrim (n.1970), licenciado em engenharia civil e em química
orgânica, é um astrónomo amador e teve uma activa participação no Ano
Internacional da Astronomia em 2009. Neste seu livro de 205 páginas, o
autor parte de uma situação actual («A maioria de nós, citadinos, esqueceu
o firmamento») para chegar a uma constatação antiga: «O céu e o Homem: uma
dualidade inseparável. A história da contemplação do céu acompanha toda a
existência da nossa espécie».
O título do livro é feliz porque o mundo de facto fica do tamanho do livro.
Nas suas páginas se faz uma leitura da astronomia e do conhecimento
científico ao longo dos séculos. Nomes como Copérnico, Tycho, Galileu,
Kepler e Newton antecedem Júlio Verne e os seus livros de ficção científica
– como hoje se diz. O livro não se fixa apenas no Mundo mas avança
também para Portugal. Ou seja – se a «Apollo 11» está presente com as
aventuras lunares de Neill Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, o
nossos país surge com o Cromeleque dos Almendres em èvora, com «Os
Lusíadas» de Luís de Camões no seu Canto V e com a poesia de Fernando
Pessoa em «O encoberto»: «Que símbolo fecundo / Vem na aurora ansiosa? / Na
Cruz Morta do Mundo / A Vida, que é a Rosa. / Que símbolo divino / Traz o
dia já visto? / Na Cruz, que é o Destino / A Rosa, que é o Cristo. / Que
símbolo final / Mostra o sol já desperto? / Na Cruz morta e fata / A Rosa
do Encoberto».
Conclusão, precária embora mas mesmo assim conclusão: «Vale a pena recordar
que a vida é uma experiência maravilhosa e que cismar demasiado sobre
desgraças e tristezas é um disparate e uma perda de tempo. Nós é que
estamos vivos e nós é que podemos escrever as nossas vidas – nunca
ninguém o poderá fazer por nós».
(Editora: Centro Atlântico, Colecção: Ciência, Capa: António J. Pedro)
José do Carmo Francisco
--

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por José do Carmo Francisco às 14:04


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