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Transporte Sentimental



Quarta-feira, 30.01.13

miguel calhaz - «essa força que brilha dentro de ti»

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«Seja num vale profundo ou no cimo de uma ermida»
Miguel Calhaz (1973) nasceu na Sertã e embora tenha uma licenciatura em
«Contrabaixo/Jazz» de uma escola do Porto e seja professor em Aveiro, é a
geografia das origens que marca o seu discurso poético. Disse um dia Patxi
Andión: «podemos escrever uma canção, um poema ou mentir directamente». Porque
o poema é sempre um fingimento, convoca (por exemplo na canção nº 1 do CD) para
a mesa das palavras os elementos da geografia (rio, nuvens, vento, vinho)
colocando-os na história como protagonistas da canção que canta e conta, a
partir de palavras velhas, uma verdade nova. O insólito da ocarina na canção nº
2 pode anunciar um bando de aves entre os pinheiros da Beira Baixa como as
inesperadas vírgulas negras num discurso de esperança, alegria e lucidez. Num
tempo e num espaço de grandes incertezas, quando valores estabelecidos se
deixam derrubar, a Eterna Procura pode ser o outro nome do Eterno Retorno ao
Paraíso perdido que a Humanidade sempre procurou. Há quem lhe chame Infância,
há quem lhe chame Amor, há quem lhe chame Fraternidade.
A voz de Miguel Calhaz alcança um lugar único, peculiar e referencial no
universo da Música Portuguesa. O CD é obra colectiva: Marco Figueiredo, Rita
Marques, João Gentil e Leandro Leonet juntam-se ao autor. Mas ter uma voz
própria é o que muitos procuram mas só está ao alcance de alguns. Neste simples
registo de júbilo por uma descoberta feita hoje mesmo, fica um dos poemas, a
canção nº 2 que corre o risco de ser um caso sério nas ondas da Rádio e nos
recantos das nossas salas: «Paz na brisa calma, água do rio a correr / Lava-me
a alma, faz-me acreditar que é bom viver / Passo à noite em ruas onde me quero
perder / Há quantas luas tenho a sensação de te ver / Mas deixa lá, o tempo
tudo cura, a vida muda já / E a eterna procura pelo melhor que há / Ainda vai
continuar / Deixa estar, se os medos da loucura te vão afrontar / A coisa vai
ser dura, vais ter de aguentar /Que mais irás suportar?» José do Carmo
Francisco
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por José do Carmo Francisco às 15:24


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