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Transporte Sentimental



Terça-feira, 13.11.12

aviso à navegação - ainda a tempo

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Não há nos meus Blogs comentários aos comentários
No mesmo dia em que a Editora Quetzal lançava nas livrarias a Antologia de
homenagem a Vasco Graça Moura com a participação de 34 poetas e organização
de Teresa Carvalho e Maria do Céu Fialho da Universidade de Coimbra surgiu
no meu Blog «transporte sentimental» um comentário que pretende ser um
insulto para mim tentando virar o bico ao prego e fazer de mim o mau da
fita. O post em causa tem como título «primeiro envio para blog» e é mesmo
o primeiro desta série. Mas se fosse no Blog «emboscadas do esquecimento»
acontecia o mesmo – não vou fazer comentários aos comentários.
Enquanto duas entidades idóneas (Universidade de Coimbra e Editora Quetzal)
apostavam em mim e me convidavam para participar numa antologia nacional,
veio um comentário a procurar exactamente o contrário. Mas não vou
comentar. Vou sim enumerar os autores que comigo participam no livro de
homenagem a Vasco Graça Moura: Manuel Alegre, Ana Luísa Amaral, Carlos
André, Maria Andresen, Amadeu Baptista, João Luís Barreto Guimarães, Luís
Filipe Castro Mendes, Yvette Centeno, Levi Condinho, Hélia Correia, António
Carlos Cortez, Gastão Cruz, Fernando Guimarães, Ana Hatherly, Maria Teresa
Horta, Nuno Júdice, José Jorge Letria, Ana Marques Gastão, Albano Martins,
Maria do Rosário Pedreira, Fernando Pinto do Amaral, A.M. Pires Cabral,
Luís Quintai, João Rasteiro, Jaime Rocha, António Salvado, Maria Alzira
Seixo, Armando Silva Carvalho, Jorge Sousa Braga, Rita Taborda Duarte, José
Carlos de Vasconcelos, José Manuel de Vasconcelos e Ruy Ventura. Não vale a
pena insistir pois eu não vou responder. Registo mas não respondo. Já agora
um aviso: os textos que estou a publicar de 2007 são os que sobejaram
quando a minha casa foi assaltada em 17-7-2011. Assim ninguém os rouba.
José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 15:29

Terça-feira, 13.11.12

ribeiro farinha em proença-a-nova

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Sobre «Melodia desconcertante» de Ribeiro Farinha Na Galeria Municipal de Proença-a-Nova exibe-se até 31-12-2012 um conjunto de 13 telas e 2 painéis cerâmicos de Ribeiro Farinha (n. 1933). A tela «Melodia desconcertante» chamou a minha atenção por se tratar de uma natureza viva ao contrário do que à primeira vista parece – uma natureza morta. Porque no centro da tela surgem 3 maçãs, 1 cacho de uvas, 1 abacate, 2 romãs e 1 girassol. O contraponto é dado pelas ruínas de uma casa à direita do quadro. Nessa casa, sem janelas nem portas, o vento e a chuva de Novembro fazem os seus estragos. Porque à esquerda um grupo de arbustos verdes, jovens trepadores, faz a sua afirmação de vida por oposição à desolada paisagem do lado direito da tela. Porque ao fundo há um pinhal onde já não há tempo para a recolha do mato e da caruma para os currais e para os pátios onde a chuva antiga fazia o seu trabalho - devolvendo o mato à terra de semeadura transformado em estrume na Primavera seguinte. As telas de Ribeiro Farinha incorporam essa memória qualificada de um tempo anterior quando o Homem dialogava em directo com a Natureza e integrava no seu quotidiano os ciclos do Tempo, da Terra e dos Animais. Desde a sementeira à colheita, desde os dias cheios do Verão aos dias breves do Inverno, desde o calor do pão à frescura da água, desde os sabores da lareira e do forno aos saberes transmitidos com toda a naturalidade dos mais velhos para os mais novos, desde o trabalho voltado para a Terra à oração voltada para o Céu. E sempre a memória da pequena aldeia (Figueira) ou d aldeia maior (Sobreira Formosa) onde a sua infância o fez pastor de um rebanho de cores, hoje disperso pelo Mundo. Tal como o poeta no poema, o pintor reúne de novo no perímetro da tela tudo o que o tempo separou. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 12:13

Domingo, 11.11.12

a casa da barroca entre a água e o pinhal

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Dissertação para uma casa esquecida na Atalaia da Barroca A vida é um mistério, não é um negócio. Pode ser que a casa não tenha valor nem cotação nos sites das empresas do ramo – compra, venda e hipoteca de propriedades rurais. Pode ser que ninguém nela tenha reparado, ainda mais a seguir aos grandes incêndios de 2006 quando os barrotes do telhado arderam e ficaram só as paredes. Mas não ficaram só as paredes da casa entre a estrada de pó e a água da ribeira que já não se contém em levadas para os moínhos de onde saía o pão de todas as semanas. Quando esse pão chegava aos oito dias ficava duro e só se podia comer com o café bem quente nas tijelas de barro. Eram as migas de pão de milho com um café escuro que subia veloz na cafeteira grande e só parava quando a grande brasa vermelha era atirada lá para dentro. No tempo desta casa as horas passavam lentas, o cantar do galo rompia a manhã, o lume acendia-se cedo, a sopa podia demorara quatro horas a fazer. Na passagem do Verão as camisas velhas do pai davam origem a camisas novas para os filhos com os colarinhos a parecerem quase novos pois eram tirados dos punhos. Ao lado da casa hoje esquecida havia um celeiro e um curral. A junta de bois lavrava as terras entre a caruma do pinhal e as pedras dos muros da ribeira. Mas um dia, para que um dos filhos pudesse ser operado num Hospital de Lisboa, o pai vendeu a junta de bois numa feira de gado e só assim o presidente da Câmara Municipal pôde assinar um documento para a direcção do Hospital não cobrar a intervenção cirúrgica. Hoje, setenta anos depois, um dos seus bisnetos percorre os corredores de um outro Hospital de Lisboa e dirige-se ao Armazém para responder a um pedido urgente de um cirurgião do seu grupo hospitalar e já ninguém se lembra da junta de bois vendida na feira de gado da Sobreira Formosa. Entre os dois tempos e os dois lugares, apenas a casa, suas paredes brancas, hoje sem o telhado ardido nos incêndios de 2006. Apenas a casa testemunha essa memória de um tempo onde a junta de bois servia de limite a ter ou não ter posses para pagar uma intervenção cirúrgica num Hospital de Lisboa. Quem souber ouvir com atenção ainda hoje sabe que das pedras da ribeira sobe até à casa o som das canções mais ingénuas dum certo tempo português - «Teodoro leva-me ao sonoro!». Quem souber ver com atenção verá que ainda hoje estão atrás das pedras da ribeira os bocados de sabão azul de cada mulher e de cada rapariga desta pequena aldeia. Está tudo lá porque a vida é um mistério, não é um negócio. José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 22:36

Sexta-feira, 09.11.12

alguém explique a joaquim furtado a capela do rato

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A capela do Rato não é a igreja do Rato
Estamos sempre a deparar com gralhas mas não só. Acontece a quem mexe em
livros e em jornais. Às vezes é mais do que isso. Ontem vi um livro que
refere o nome de um director do «Diário Popular» como Martim Nobre de Melo
quando é bem Martinho Nobre de Melo. O nome de um vapor alemão que
naufragou em 1929 na Foz do Douro é bem Deister mas aparece no livro como
Deinster.
Outro livro refere a propósito da morte de alguém na Guiné ao tempo (1913)
Portuguesa um tal «embaixador português em Bafatá» coisa que era impossível
sendo Bafatá ao tempo uma cidade portuguesa. Por sua vez o livro de
entrevistas de Manuel António Pina («Dito em voz alta – entrevistas
sobre literatura, isto é, sobre tudo» da Editora Pé de Página (Coimbra) com
apresentação de Inês Fonseca Santos apresenta uma frase de Bill Shankly
atribuída a Bobby Robson, ao tempo treinador do F. C. Porto.
Num jornal li, numa entrevista com um político americano de origem
portuguesa (Tony Cabral) que o seu gosto pela leitura nasceu de uma
carrinha das Bibliotecas itinerantes da Fundação Gulbenkian. Uma Renault
acrescenta por lapso o senhor quando todos nós sabemos que é uma carrinha
Citroen. E chama-lhe camioneta quando é bem uma furgoneta.
A mais recente é uma série de TV de Joaquim Furtado que refere (e muito
bem) a Capela do Rato na Calçada Bento da Rocha Cabral mas apresenta
imagens da igreja do Largo do Rato bem perto da esquadra da PSP. Não custa
imaginar o que se terá passado. Depois de escrito o texto, alguém muito
jovem terá sido encarregue de filmar a Capela do Rato mas em vez de
perguntar filmou a igreja porque lhe pareceu que era a Capela do Rato. Mas
não tem nada a ver…
José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 21:26

Quarta-feira, 07.11.12

estamos longe da europa

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Um livro por semana 301
«Ruben A. – Uma biografia» de Liberto Cruz e Madalena Carretero Cruz
Ao contrário do que um dia disse ao seu filho Cristóvão («quando eu morrer
ninguém mais se vai lembrar de mim») Ruben A. (1920-1975) tem uma obra com cada
vez mais leitores atentos além de uma bibliografia activa em desenvolvimento.
Ruben Alfredo Andresen Leitão cedo mostrou o seu gosto pela escrita. Em 1927
escreve a sua mãe: «já sei escrever só e gosto muito». Em 1929 assiste ao
naufrágio do cargueiro alemão «Deister» na Foz do Douro, facto que o marca na
sua relação com a tragédia. Mais tarde em 1938 viaja para a Alemanha e descobre
Berlim, uma cidade que «todos os dias os jornais aclamavam centro do mundo,
dando ordens, impondo a sua vontade, nova Roma cheia dos desejos de um velho
Nero».
A sua Autobiografia abre de forma exemplar: «Dos quarenta aos cinquenta
limpa-se a casa. Põem-se telhas onde falta, instala-se um novo sistema
sentimental e, no jardim das delícias, no passeio depois do jantar, nas
madrugadas sem Deus, ouvimos uma voz que nos buzina que dali para a frente a
contagem é outra». Entalado entre a esquerda e a direita, entre o neo-realismo
e o surrealismo, deu tudo por Portugal sem o deixar de considerar um país
estranho: «Sempre implacável para com os seus cidadãos e sempre pronto a
aporrinhá-los, era no entanto muito condescendente para com os cretinos». O seu
afastamento do leitorado de Português em Londres, decidido por Salazar a partir
da leitura das suas «Páginas II», é trágico: «As porcarias, as obscenidades, os
palavrões juncam o livro. Explora-se o reles, o ordinário, o palavreado porco
não só da língua literária mas do falar corrente» - despachou o ditador.
Ruben A. escreveu um dia: «Estamos longe da Europa, pior longe do Médio
Oriente, mais atrasados do que a inércia dos árabes. O problema aqui não tem
nada a ver com política, é um problema de inúteis, de incapazes, de sugadores
do bem nacional. A coisa atingiu o abuso máximo, ninguém trabalha, ninguém é
responsável, pratica-se a inércia como trabalho e passatempo. Está tudo com
ferrugem, obsoleto e quando se diz qualquer coisa espetam com um discurso ou
com um decreto que ninguém percebe. Estamos subdesenvolvidos de espírito, de
acção cívica e humana».
(Editora: Estampa, Colecção: Memória das Letras)
José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 17:56

Quarta-feira, 07.11.12

capa do livro «a sagração da primavera»

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por José do Carmo Francisco às 17:10

Quarta-feira, 07.11.12

a capa do livro «salir d´outrora»

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por José do Carmo Francisco às 15:55

Segunda-feira, 05.11.12

novas leituras de 2007

«A sagração da Primavera» de Aurélio Lopes

Depois de «Devoção e poder nas Festas do Espírito Santo» em 2004, o antropólogo
Aurélio Lopes (natural dos Cunqueiros) volta a publicar um trabalho de grande
fôlego: perto de 300 páginas nas quais pretende «levantar pistas de
investigação para a compreensão das raízes remotas de muitas das nossas
tradições primaveris, ainda existentes ou de recente desaparecimento.»
Organizado entre o Domingo de Ramos e o São João, este estudo incide também
sobre o 1º de Maio e o Dia da Espiga. E começa por responder a três perguntas:
«Porquê, ainda hoje, um pouco por todo o país, se enchem, nestes tempos, as
igrejas de flores e ramagens e, em tempos passados, de andorinhas? Porque se
apanham giestas (maias) e com elas se enfeitam e protegem habitações, animais e
pessoas? Porque persistem práticas como o colher da espiga nos nossos campos,
bosques ou searas?»
Ainda hoje em muitas povoações portuguesas se usa colocar maias (ramos de
flores, cruzes e coroas) nas portas das casas e dos currais mas, explica o
autor, «maias ou maios são igualmente as efígies ou as crianças que neste dia
são adornados e coroados com flores, e também a árvore (árvore de maio) em
redor da qual se dança e canta. Maias são ainda as mais comuns das flores
silvestres da época, as giestas e, até, no norte transmontano, os cânticos
(cantar as maias) que presidiam, em tempos idos, à solicitação de dádivas. Maio
é o tempo que decorre, as personificações que o corporizam, as subversões daí
emanantes e as conexões florais que aí se interligam em fecunda simbiose.»
(Editora: Edições Cosmos, Capa: Brian Sroud, Apoio: Câmara Municipal de
Santarém)
José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 11:13

Domingo, 04.11.12

novas leituras de 2007

«Salir d´Outrora» de Carlos Marques Querido

Já foram recenseados nesta coluna diversos livros sobre reis portugueses. Mas
isso é (como diz o Povo) outra história. Este livro trata da História daquela
gente que não deixa de ser importante só porque não é conhecida. Estas
crónicas, antes publicadas nas páginas da «Gazeta das Caldas», tratam duma
memória qualificada de Salir de Matos mas também de Santa Catarina, Alvorninha,
Benedita e Carvalhal Benfeito, povoações que ao longo de quase setecentos anos
tiveram verdadeiras «guerras» com o Mosteiro de Alcobaça. O autor baseia as
crónicas em documentos (Torre do Tombo, Biblioteca Nacional, Cartórios
Paroquiais, Arquivos Municipais) porque sem documentos não há história mas sim
lenda e este não é um livro de lendas. Nestas páginas desfilam figuras de
destaque como o arquitecto de Salir de Matos, o conjurado do Carvalhal e o
morgado do Formigal (século XVII) ou o deputado do Carvalhal e o Bispo de Santa
Catarina (século XIX). Mas não só. Também as pessoas humildes que vivem e
trabalham nas vilas dos coutos de Alcobaça são protagonistas. Eles e os seus
problemas a propósito de águas e açudes, cadeias e pelourinhos, azenhas,
lagares ou moinhos. E do relego – espécie de monopólio da venda do vinho.
São terríveis as páginas sobre as vítimas da Inquisição em Salir de Matos:
Duarte Lopes, Simão Luís, Francisco Álvares e Violante Gomes sofrem terríveis
perseguições até à morte. Tal como são terríveis as páginas da vida de Maria da
Purificação, uma jovem mulher casada com um homem mais velho que lhe dava jóias
e vestidos mas não lhe dava aquilo que ela queria – usufruir da intensa
vida social de Lisboa, muito mais intensa que os Casais da Ponte, onde tinha
sido criada.
(Editora: PH - Estudos e Documentos, Grafismo: Inês Querido, Prefácio: Iria
Gonçalves, Introdução: Nicolau Borges)
José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 19:17

Sábado, 03.11.12

outras leituras de 2007

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«Porto – da história e da lenda» de Germano Silva

Há neste livro mais história do que lenda: a formação e a prática de
quarenta anos de jornalismo (Jornal de Notícias) levam Germano Silva para a
procura de documentos escritos. Por exemplo este retrato do Porto em 1549
dum tal Confalonieri, secretário do Núncio Apostólico a caminho de Santiago
de Compostela: «A cidade é pequena, muito linda, com muitas hortas, fontes
e tem dois mil fogos. Está cercada de muros, abundam nela os panos de linho
a bom preço. O fio é branco e finíssimo. São os mais famosos do reino. Os
ares são saudáveis e os víveres baratos. Existem muitos mosteiros. A
catedral é muito antiga embora mão seja muito grande. Há muito pescado
barato. Tudo é fresco, alegre e florido.» Desfazendo um equívoco sobre o
santo mais popular do Porto, o autor explica: «Noutros tempos chegaram a
fazer-se no Porto grandes festas ao Santo António. Na desaparecida Capelas
de São Roque, por exemplo, que ficava à entrada da Rua do Souto e que foi
demolida aquando da abertura da Rua Mouzinho da Silveira, havia grande s
festejos públicos. Os rapazes solteiros das redondezas eram os mordomos das
festas. O Santo António tinha festa também na Capela da Lada, à Ribeira, e
no seu dia as tabernas e estalagens do Souto e dos Pelames, e as estalagens
de boas tarimbas e excelentes acomodações para pessoa assim como
cavalgaduras, iluminavam os nichos do santo protector dos seus negócios.»
Quanto às lendas temos a que diz respeito ao facto de Almeida Garrett nunca
ter sido eleito deputado pela sua cidade. Segundo Camilo tal deveu-se ao
facto de o grande romântico ter chamado ao Porto «grande aldeão». O meu
voto tu não levas! - terá dito o Porto mas esse é um assunto de lenda; não
de história.
(Editora: Casa das Letras, Capa: Neuza Dias, Prefácio: Geraldo Coelho Dias)

José do Carmo Francisco
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por José do Carmo Francisco às 18:58



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