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Transporte Sentimental



Sexta-feira, 30.11.12

gralhas, mais gralhas e companhia

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Confusão entre «prole» e «prol» e outras confusões
Estou a ler (e a reler) o catálogo da Exposição «O Homem e o Trabalho
– a magia da mão» do Museu Municipal de Coruche. É um belo exemplar
de 173 páginas de texto e fotos, desenhos e gráficos. Perto do fim
descubro uma gralha daquelas de «cabo de esquadra» – como dizia o meu
mestre Jacinto Baptista no «Diário Popular». Ambos de boa memória, o mestre
e o jornal. Ao primeiro nunca poderei pagar o que aprendi, o segundo fez-me
viver o esplendor do efémero a partir de 1978.
A frase num título é a seguinte «O declínio de uma cultura em prole do
desenvolvimento agrícola». Não pode ser. Prole significa «geração» ou
«descendência». Também pode ser «filhos» ou «filhas» mas nunca pode surgir
no lugar de «em prol» que significa de facto «em favor de» ou «em defesa
de».
Com alguma frequência me dizem «ninguém já liga a isso, não perca o seu
tempo» mas eu continuo a dizer que pelo menos eu ligo e para mim isto não é
perder tempo. Ainda. Num outro nível, questão mais de estilo que de gralha,
vejo uma frase na página seguinte onde se lê «enorme progresso resultou num
enorme aumento de produção agrícola». Repetição desnecessária, parece-me.
Na «nota final» de outro artigo leio algo parecido - «surge a agricultura
biológica com o objectivo de que um futuro mais biológico se desenvolva nos
campos, nas urbes e, principalmente, nas mentalidades». Mas sete linhas
acima, no mesmo artigo, está escrito «etapas persecutórias» (de
perseguição) quando se queria de facto e sem dúvida dizer «etapas de
perscrutação» no sentido de «indagar, investigar ou sondar». Fiquemos por
aqui.
José do Carmo Francisco
--

Autoria e outros dados (tags, etc)

por José do Carmo Francisco às 18:18


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