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Transporte Sentimental



Terça-feira, 27.09.16

josé loureiro botas e o naufrágio dos avieiros em «litoral a oeste»

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José Loureiro Botas (1902-1963), escritor natural da Vieira de Leiria, publicou entre 1940 e 1963 os seguintes livros de contos e de versos: «Litoral a Oeste», «Frente ao mar», «Maré alta», «Nasci à beira do mar» e «Barco sem âncora». Foi em 1940 no livro «Litoral a Oeste» que surgiu o primeiro naufrágio de avieiros no Tejo mas a data da escrita é anterior pois o conto «A Leandra» obteve o primeiro prémio nos Jogos Florais do Ateneu Comercial de Lisboa em Junho de 1938. Esta narrativa tem como protagonista a Leandra que no Verão «servia os banhistas» com água, lenha e trabalho de limpeza nas casas alugadas e no Inverno procurava no Ribatejo que a pesca «lhe garantisse uma existência sem vergonha do mundo». Um dia no Rio Tejo no meio de um grande temporal «a chuva era tanta que parecia o dia do Juízo» mas ao verem a barca grande do António Milhafre pensaram que estavam salvos. Só que em vez de ajudar o malvado gritou «Na posso, na posso! Arranjem-se como puderem». A Leandra ainda falou nos meninos (os filhos) que iam no seu barco pedindo ao António Milhafre que os levasse consigo mas ele só respondia: «Governem-se… Governem-se». Quando rompeu o dia já o temporal ia levado e um vapor que passou perto pegou no barco da Leandra e do Joaquim e levou-o a reboque até ao seu destino. Do António Milhafre nunca mais se soube nada. Disseram que a sua barca foi de encontro a umas rochas e se despedaçou. A filosofia de vida da Leandra desde então passou a ser expressa deste modo perante as amigas na Praia da Vieira: «Tomei tal amor à vida que nunca mais quis nada com tristezas!» --

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por José do Carmo Francisco às 12:00


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