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Quarta-feira, 07.09.16
«palimpsesto» de ricardo gil soeiro
Ricardo Gil Soeiro (n.1981) é um jovem poeta e ensaísta que se estreou em 2010 com «O alfabeto dos astros» e recebeu o Prémio Primeira Obra do Pen Clube Português no mesmo ano para «Iminência do encontro». Este seu mais recente livro de 184 páginas é uma homenagem a Charles Baudelaire e ao seu livro «Les paradis artificiels» de 1860 e integra quatro conjuntos de 2012, 2013, 2014 e 2015: «Da vida das marionetas», «Bartlebys reunidos», «Comércio com fantasmas» e «Anjos necessários». Entre o frágil da vida e o inevitável da morte, só amor nos salva e a escrita pode ser o seu primeiro nome. O ponto de partida é o poema da página 131: «Estou só e, por isso, escrevo. Não é desespero. Não é sedução. Escrever, receio bem, é impaciência perante a condenação de estarmos vivos. É talvez deixarmo-nos contagiar pela transparência enigmática do amor e da morte.» Mas o acto de escrever, já advertiu Clarice Lispector, não é fácil: «Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto» Por outras palavras já Roland Barthes tinha avisado: «A Literatura é como o fósforo: brilha mais no momento em que tenta morrer». Nestas 184 páginas surgem 57 citações ou títulos de poemas que remetem para o cinema, a música, a pintura, o ensaio, a ficção e a poesia. Trata-se de uma poesia informada erudita no sentido em que não é uma poesia simples mas, mesmo assim, sempre poesia como o poema da página 59 atesta: «É tão simples estar vivo. / Basta não perguntar nada / ao breve sopro da manhã. / Amar segredos ao sabor do abandono / colidir com instantes abruptos. / Compilar assombros / trazer átomos pelos dedos / boicotando os porquês. / Basta abraçar o esquecimento / fingir que a morte não existe / e que o amor será talvez somente / ínfimo abismo que nos prende. / De rumor em rumor / navegar numa palavra que insiste / em saber de cor os nossos sonhos. / Tão simples: respirara e ser murmúrio. / Sentir o sangue percutindo as veias. / E é tão difícil partir (Allegro ma non troppo).» (Editora: Deriva, Capa: Dale Dunning) --
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por
José do Carmo Francisco
às 10:32
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