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Transporte Sentimental



Terça-feira, 19.05.15

«memórias de peyroteo» nova edição parcial

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O projecto, anunciado «A autobiografia do maior goleador do futebol português», revela que muitas vezes uma boa ideia pode ter uma má conclusão. Nas suas 303 páginas o livro (cujo original de 1957 tinha 391 páginas) contém numerosos equívocos, confusões e erros. Anuncia-se como uma reedição mas trata-se de uma reedição parcial: capítulos como «Casamento», «Alcunhas» e «Superstições» surgem nas páginas 136, 131 e 138 do livro quando no volume original surgem nas páginas 293, 273 e 299. Na página 16 chama «campeonato da Liga» a um torneio particular e experimental, no qual os clubes entravam por convite. Disputado entre 1934 e 1938, nos domingos deixados livres pela disputa do Campeonato de Portugal (o único que atribuía o título de campeão) os quatro torneios da Liga foram sempre experimentais até num aspecto: não havia campeão nem descida de divisão pois o último classificado do torneio (a Académica de Coimbra) foi convidada nos anos seguintes para participar. Fernando Peyroteo refere o assunto escrevendo que em 4-7-1937 assistiu ao jogo final do campeonato dessa época. Claro que era o campeonato de Portugal. Outro erro está na página 289 que refere Cipriano Santos (sic) do futebol que nada tem a ver com Cipriano dos Santos do hóquei-em-patins. O primeiro nasceu em 1901 (Almada) tendo-se estreado na baliza do Sporting Clube de Portugal em 1923 e jogado até 1932. Venceu 4 campeonatos de Lisboa e 1 campeonato de Portugal, alinhou 2 vezes na equipa «A», sendo suplente de Roquete em Amsterdão nos J.O. de 1928. O segundo nasceu em 1920 (Viseu) sendo 72 vezes internacional em hóquei, campeão do Mundo e da Europa em 1947/48/50 e 52, campeão nacional em 199949/50 e vencedor do Torneio de Montreux em 1947/51. O livro refere na página 34 um jogo entre Júlio Peyroteo (irmão de Fernando) e Cipriano dos Santos (ao tempo na Académica) realizado em Angola nos anos 30 quando Cipriano dos Santos (do hóquei) era ainda uma criança. Outro aspecto tem a ver com o facto de na ficha técnica do livro se referir que «O texto autobiográfico de Fernando Peyroteo mantém a ortografia original» quando na verdade o chamado «acordês» luso-brasileiro impera e domina o texto. Veja-se na página 22 as palavras caráter, correto e retidão por carácter, correcto e rectidão. Na página 40 surge retificasse por rectificasse. O prefácio de Cândido de Oliveira também não escapa: na página 20 aparece duas vezes aspeto por aspecto. Na página 153 surge «Concelho» Técnico por «Conselho» e refere-se «Os Belenenses» como campeões nacionais em 1946/47 quando é bem 1945/46. Na página 7 escreve-se «retirando-se aos 30 anos» quando Peyroteo se retirou aos 31 anos. Nasceu em Março de 1918 e retirou-se em Outubro de 1949. Na página 49 surge ato por acto e teto por tecto. O nome de Szabo aparece na página 55 mas também na página 95 como Sezabo e umas vezes é tratado por Joseph outras por Josef ou José. Sobre os itálicos nos nomes dos jornais veja-se na página 13 os jornais e revistas em itálico mas na página 129 «A Bola» surge com aspas e o Diário Popular sem aspas nem itálico. Na página 44 surge «gui-tarra» por guitarra. Na página 291 refere-se que Gustavo Teixeira nasceu no mesmo ano de Manoel de Oliveira mas podia adiantar-se que em 1908 nasceu Carmen Miranda. Na página 180 surge a expressão «o sôr dá o foral» quando é bem «o sôr dá o fora» - como no livro original surge um ponto de exclamação a seguir a «fora», este ponto foi agora confundido com um «l». Editora: Afrontamento, Design: Isaac Caetano, Prefácio: Cândido de Oliveira, Epílogo: Fernando Peyroteo (filho) --

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por José do Carmo Francisco às 10:15


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