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Transporte Sentimental



Quinta-feira, 01.05.14

«tristezas à beira-mar» de pinheiro chagas

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Este romance, o único cuja acção decorre por inteiro na Ericeira, surgiu em 1866 no jornal «Comércio do Porto» em forma de folhetim. Seu autor, Manuel Pinheiro Chagas (1842-1895) tinha ao tempo 24 anos e viu a Parceria A.M. Pereira editar o seu folhetim em livro, volume inaugural de uma nova colecção. O ponto de partida para o drama é uma casa situada na branca vila da Ericeira: «pendurada como um ninho de gaivotas, na solitária fraga». Além de Leonor, essa casa tem como habitantes «um velho quase octogenário, uma velha ainda mais idosa, dois criados e uma criada». Às terças, quintas e sábados a casa do avô de Leonor era frequentada por três figuras - «o comandante do forte, o administrador e o boticário da terra» É nesse espaço definido que Leonor e Jorge vivem um amor feliz até à chegada de Madalena que vem de Lisboa - «o seu rosto podia, pela pureza das linhas, servir de modelo às mais acabadas criações doa artistas italianos». Para o autor do livro «Leonor era a flor das solidões e Madalena a rosa das salas». Talvez por isso Madalena responde um dia a Leonor: «Não me perguntes o que são amores, pergunta-me o que são tristezas!» O triângulo (Jorge, Madalena, Leonor) não resiste às tempestades sentimentais do romance e acaba por se desmoronar. Jorge casa com Madalena, vai para Lisboa e deixa Leonor na solidão da Ericeira. A Cidade vence o Campo mas no final é na casa da Ericeira que Madalena, já viúva vem descansar com a sua jovem filha (Leonor) junto de sua irmã Leonor. Jorge morre no naufrágio do vapor «Porto» quando ia à cidade do Porto receber uma inesperada herança de um tio. O Campo vence a Cidade no final, Lisboa perde para a Ericeira. Manuel Pinheiro Chagas hoje escreveria este livro de outra maneira. Evitaria o abuso dos advérbios de modo e o recurso ao lugar-comum como por exemplo na página 83 - «O forte da Ericeira é um desses recintos fortificados» ou o descuido de escrever Donizette por Donizetti na página 75. Um clássico que resistiu ao tempo e ainda hoje se lê com proveito. (Editora: Mar de Letras, Introdução: Sebastião Dinis, Fotografias. Jorge Oliveira, Capa: Maria João Gromicho) José do Carmo Francisco --

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por José do Carmo Francisco às 20:12

Quinta-feira, 01.05.14

no «lisboa convida - 10 anos» mami pereira volta ao ataque

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Há uns anos contactei por «mail» Sofia Paiva Raposo e Vera Abecassis dando sinal da minha surpresa, repulsa e indignação pelo insólito texto sobre o Príncipe Real no Guia Lisboa Convida assinado por Mami Pereira. Nele se lia, entre outros «mimos», que os velhotes jogavam à batota. Era mentira absoluta: nem são velhotes nem jogam à batota. São reformados que não têm muitas vezes dinheiro para os medicamentos da Farmácia quanto mais para jogarem à batota. Eles passam o tempo entretidos com as cartas de jogar mas nem são velhotes nem jogam à batota. A reacção das duas directoras da Lisboa Convida (Guia gratuito) foi de apelo à minha paciência porque se tratava de uma jovem redactora, enfim o costume, era preciso dar tempo ao tempo, desculpar, perdoar. Como deixei de ler as pérolas da referida colaboradora pensei que os seus textos tinham sido varridos para debaixo do tapete. Descubro agora na edição nº 21 (2013-2014) três inesperadas jóias. Uma revela grande desfaçatez, grande atrevimento e grande ignorância pois compara a sua (dela) actividade na Revista a uma colónia de férias. Nem mais nem menos. Aquela referência aos velhotes a jogarem á batota é, portanto, uma acção própria de quem está numa colónia de férias onde o principal é brincar – qualquer coisa serve. A segunda é um pobre jogo de palavras («Os guias fizeram de guião») e a terceira um atrevimento terrível: Mami chama a Lisboa cidade épica mas não faz ideia do que significa a palavra. Do alto da sua ignorância, atreve-se a escrever «Xô Woody Allen, já cá temos tudo» mas o próprio poderia responder se perdesse tempo a ler isto: «Podem ter tudo mas não têm o Woody Allen, ora essa!» E é verdade. E ninguém leu isto, D. Sofia e D. Vera? Pelos vistos não e uma coisa lá porque é gratuita não tem que ser pobre de espírito. --

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por José do Carmo Francisco às 10:57


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